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Estado nutricional de crianças de comunidades de baixa renda, Brasil, 1986

Foi analisado, em 1986, o estado nutricional e de saúde de 254 crianças de idade inferior a seis anos, procedentes de duas favelas da cidade de Belo Horizonte, Brasil, e estudada a situação sócio-econômica dos seus pais. O estado nutricional das crianças foi caracterizado em função da redução do crescimento (Z-score: 20,1% < -2) e não em função da perda de peso (Z-score: 3,7 <-2). Pesquisou-se até que ponto a causa da redução do crescimento se deve à elevada taxa de morbidade, como por exemplo infecções respiratórias agudas (taxa de prevalência: 38,5%), doenças diarréicas (taxa de prevalência: 11,5%) e parasitoses (taxa de prevalência: 70,3%). Também a anemia (taxa de prevalência: 29,7%) foi considerada como um outro problema de saúde. Quanto à prática do aleitamento materno verificou-se uma prematura suplementação dietética. A partir dos 3 meses de idade apenas 50% das crianças eram amamentadas, das quais só 20% o eram exclusivamente com leite materno. A introdução escolar das mães constituiu a determinante mais importante dos índices antropométricos. Este fator e a origem dos pais determinou o padrão de aleitamento materno. Os resultados permitiram concluir que o estado nutricional das crianças deve-se ao precário estado de saúde e não propriamente à falta de alimentos.

Estado nutricional; Nível de saúde; Antropometria; Crescimento; Morbidade


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