Plantações de trigo, milho e arroz no Brasil utilizam sementes tratadas com o inseticida carbofuran, associado ao corante rodamina B, que é atrativo às aves granívoras, causando notável mortalidade durante o plantio. O objetivo deste estudo foi avaliar se sementes camufladas minimizam a mortalidade de aves, causada pela ingestão de sementes tratadas com carbofuran. Possíveis alternativas para redução da mortalidade como carbofuran sem a rodamina B e o carbusulfan, foram testadas comparativamente. Realizaram-se três experimentos em regiões de expressiva mortalidade de aves no Paraná e São Paulo. Semeaduras foram convencionais sobre solo arado no sistema de plantio tradicional, utilizando 15.896 kg de sementes em 111,46 ha. Carcaças de aves foram coletadas e dissecadas, revelando quais tratamentos de sementes envenenadas causaram mortes. A mortalidade foi de 296 aves de 11 espécies. Pombas avoantes foram as vitimas mais numerosas com 263 mortes. Houve correlação significativa entre mortalidade e quantidade de sementes consumidas. O consumo de sementes camufladas e com carbofuran foi menor em relação ao de sementes com rodamina B e com carbosulfan. A mortalidade causada por sementes com rodamina B e carbofuran foi maior em relação à causada por sementes camufladas e com carbofuran, que foi igual à causada por sementes com rodamina B e carbosulfan, cujo inventário foi subestimado. Sementes tratadas com carbofuran, com e sem rodamina B, foram atrativas. Como sementes tratadas com agrotóxicos devem por lei receber coloração diferenciada para evitar acidentes com humanos, camuflagem de sementes deve ser encorajada substituindo a rodamina B.
Zenaida auriculata; carbofuran; rodamina B; carbosulfan; repelentes gustativos; impacto ambiental