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A PRÁXIS DO TROTE: BREVE ETNOGRAFIA HISTÓRICA DOS RITUAIS ESTUDANTIS DE COIMBRA* * O presente texto apoia-se em projetos anteriores do autor ou em que esteve envolvido. Algumas passagens foram publicadas na obra Praxe e tradições académicas, Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), 2016. Agradeço, pois, à FFMS ter apoiado a pesquisa inicial e a publicação desse livro. O artigo beneficiou-se ainda do projeto coletivo A Praxe como Fenômeno Sociológico (Relatório Final), estudo patrocinado pela Direção Geral do Ensino Superior (DGES/MCES) - Governo Português (equipe integrada, além do autor, por João Teixeira Lopes, João Sebastião, João Mineiro e José Pedro Silva). Agradeço a ambas as instituições e ao governo português, liderado por António Costa, esse patrocínio e o incentivo ao estudo dessa temática. A presente publicação resulta do apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia portuguesa, ao abrigo do Projeto Estratégico (UID/SOC/50012/2013).

"HAZING'S PRAXIS": BRIEF HISTORICAL ETHNOGRAPHY OF THE STUDENTS' TRADITIONS IN COIMBRA

Resumo

O artigo procede inicialmente a uma breve contextualização histórica da Universidade de Coimbra, retratando alguns dos contornos das tradições acadêmicas, dentre os quais se destacam: a violência associada aos rituais iniciáticos da chamada praxe e a conflitualidade que, ao longo dos séculos, marcou as relações entre a elite estudantil e a comunidade local. Em seguida, explora possíveis conexões entre as praxes e os múltiplos movimentos culturais e sociopolíticos, incluindo a questão da subalternização da mulher e a resistência estudantil ao regime ditatorial de Salazar-Caetano. Por fim, analisa as tendências mais recentes que o fenômeno vem adquirindo em Portugal, muitas vezes resvalando para abuso, humilhação e violência. A cultura de submissão perante o poder que a maioria das praxes promove parece exprimir tendência larvar na sociedade, em que o individualismo consumista se combina de forma perversa com mecanismos de evasão e de entrega incondicional a lógicas disciplinares de teor despótico.

Palavras-chave
Praxe/trote; tradição acadêmica; movimento estudantil; Universidade de Coimbra; Portugal

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