Resumo
A maneira como diversos campos científicos entendem a cegueira fundamenta modos de atuação com pessoas cegas e o desenvolvimento de técnicas, objetos, intervenções específicas que guiam sua percepção de mundo. Neste artigo pretende-se, primeiramente, compreender os pressupostos de uma noção de cognição formulada em manuais de desenvolvimento e aprendizagem para crianças cegas e algumas de suas consequências conceituais. Em seguida, volta-se a atenção para métodos, didáticas ou mecanismos adaptativos sugeridos em tais manuais para uma pedagogia da cegueira. Chega-se, finalmente, a um conhecimento prático e um saber-fazer desenvolvido por pessoas cegas e profissionais em atendimentos de reabilitação que corroboram uma compreensão da cognição e do próprio corpo como estendidos, ao enfatizar o papel do ambiente e dos dispositivos no cotidiano de pessoas cegas.
Palavras-chave: Cegueira; Corpo; Cognição; Práticas; Ambiente