Resumo
Se hoje se defende que os jardins e habitações ecléticos brasileiros nunca foram tão-somente cópia conforme de modelos europeus, visto que operaram uma apropriação específica inexistente na Europa, poder-se-ia tentar mostrar, num sentido inverso, que os modos de morar prestigiados no Brasil contemporâneo seguem orientados pelos referenciais estrangeiros. Com base no tratamento quantitativo e qualitativo da crítica de arquitetura e decoração, na observação de feiras dedicadas à casa e em entrevistas com profissionais de arquitetura doméstica franceses e brasileiros, este artigo postula que a ode contemporânea à “brasilidade” obscurece a persistência dos critérios de excelência advindos dos países que historicamente impuseram sua dominação simbólica e, no caso em pauta, do “bom gosto francês” (real ou imaginado) nas representações da “bela morada” no Brasil dos dias de hoje.
Palavras-chave:
Origem nacional; Repertórios prescritivos; Arquitetura doméstica; Brasil; França
Thumbnail
Thumbnail
Source: Author’s collection.
Source: Author’s collection.