Resumo
O artigo procura fazer um duplo balanço da Semana de Arte Moderna e da Independência. Mais do que isso, pretende explorar livremente a relação entre os dois acontecimentos, em uma perspectiva que já pode ser chamada de longa duração. Para realizar o balanço, são utilizados como materiais especialmente trabalhos sobre o pensamento político e social brasileiro. Procura-se, sobretudo, esboçar uma interpretação do modernismo brasileiro, na qual é ressaltado, em dissonância com o que pode ser chamado de uma espécie de sensibilidade sobre 1922 que tem ganhado força, seu caráter fundamentalmente democrático. De maneira complementar, para que o argumento ganhe corpo, mobiliza-se uma interpretação da Independência, identificada com Caio Prado Júnior e Florestan Fernandes, que chama a atenção para as deficiências democráticas de 1822, que marcam o país desde então. Relaciona-se, a partir daí, em sentido oposto, a orientação democrática de 1922.
Palavras-chave:
Modernismo; Independência; Democracia; Pensamento político e social