Violence against women living in rural contexts: an integrative review

Stochero, Luciane; Pinto, Liana Wernersbach

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Sumário

Revisão crítica de literatura • Saude soc. 32 (3) • 2023 • https://doi.org/10.1590/S0104-12902023210595pt copy

Violence against women living in rural contexts: an integrative review

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Abstract

The objective of this article was to analyze which violence affect women living in rural contexts. An integrative review was carried out in the databases VHL, SciELO, MEDLINE, Web of Science, Scopus, EMBASE, Redalyc, and REDIB, without restriction of language and period, of Brazilian articles, with the terms: violence against women, intimate partner violence, domestic violence, gender-based and rural violence. The 23 articles included were analyzed qualitatively and organized into two categories: the multiple violence against women in rural contexts (18 articles) and the invisible and silenced violence against women in rural contexts (five articles). A multiplicity of violence was observed, such as domestic, gender, intimate partner, and institutional. Physical, psychological, sexual, moral, patrimonial violence, as well as femicide, devaluation of work, financial dependence, deprivation, and control of freedom, intense working hours, and lack of access to public funding, potentiated by the rural context itself, stand out. Rural women are, therefore, systematically silenced in the face of the gender oppression and violence they experience. In addition, the silencing also occurs due to the lack of research in the area and even the non-differentiation between rural and urban in the records and collected data.

Keywords:
Violence Against Women; Gender-Based Violence; Rural Areas; Review

Identificação	Local	Abordagem	População/fonte dos dados	Principais resultados
Bonfim; Costa; Lopes (2013BONFIM, E. G.; COSTA, M. C. da; LOPES, M. J. M. Vulnerabilidade das mulheres à violência e danos à saúde na perspectiva dos movimentos sociais rurais. Athenea digital, Cerdanyola del Vallès, v. 13, n. 2, p. 193-205, 2013)	Texto teórico	Qualitativo	Mulheres rurais	As mulheres apresentam maior vulnerabilidade social e violência no meio rural, expressa pela desigualdade de acesso aos serviços públicos, ao mercado de trabalho e à posse da terra, que se reflete em desigualdades nas condições de saúde.
Costa; Lopes; Soares (2014COSTA, M. C.; LOPES, M. J. M.; SOARES, J. D. S. F. Social representations of violence against rural women: Unveiling senses in multiple views. Revista da Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 48, n. 2, p. 213-220, 2014. DOI: 10.1590/S0080-623420140000200003 https://doi.org/10.1590/S0080-6234201400... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Gestores municipais, profissionais e trabalhadores da saúde	Os participantes reconhecem a violência contra as mulheres rurais como destino de gênero que induz o consentimento, resignação, culpa e medo, assim como resulta em naturalização e banalização do fenômeno social.
Griiboski; Guilhem; Moura (2015GRIIBOSKI, R. A.; GUILHEM, D.; MOURA, L. B. A. Occurrence of violence caused by intimate partners in brazilian rural working women: A descriptive study. Online Brazilian Journal of Nursing, Niterói, v. 14, n. 2, p. 151-160, 2015. DOI: 10.17665/1676-4285.20154653 https://doi.org/10.17665/1676-4285.20154... )	Brasília	Quantitativo	Mulheres trabalhadoras rurais	A entrevistadas relataram relatam ter sofrido ao menos um episódio de VPI (41%), sendo 70% de violência física, 63% psicológica e 14% sexual. As mulheres que já viveram, mas não vivem mais em união consensual tinham 5,25 vezes mais chance (p<0,000) de sofrerem violência do que aquelas em outro estado civil; e as mulheres chefes de família tinham 3,39 vezes mais chance (p<0,000) de sofrer violência do que aquelas em outras posições familiares.
Costa; Lopes; Soares (2015COSTA, M. C. da; LOPES, M. J. M.; SOARES, J. S. F. Violência contra mulheres rurais: gênero e ações de saúde. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 162-168, 2015.)	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Gestores, profissionais e trabalhadores dos serviços de saúde	A mulher rural é vista sob a ótica da relação de serviço, subordinação e obediência. A presença dos preconceitos e das desigualdades de gênero estimula as práticas discriminatórias, justifica a violência doméstica e limita os direitos das mulheres.
Paz (2016PAZ, P. de O. Feminicídios rurais: uma análise de gênero. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 30, n. 2, 2016. DOI: 10.18471/rbe.v30i2.15380 https://doi.org/10.18471/rbe.v30i2.15380... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	BO de feminicídio e familiares	As mortes das mulheres estavam associadas à violência decorrente de contextos de isolamento social, condição de pobreza, ausências de oportunidades de empregos e outros fatores coadjuvantes que se constituíram em vulnerabilidade das mulheres à situação de morte.
Alcântara et al. (2016ALCÂNTARA, M. C. M. de et al. Atenção à mulher em situação de violência: visão e conhecimento dos profissionais de saúde. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 26, n. supl.8, p. S51-S56, 2016.)	5 Regiões Brasileiras	Quantitativo	Profissionais de saúde	A violência doméstica é a que mais demanda os serviços onde atuam (77%). Sobre as violências mais identificadas pelos profissionais, a agressão física foi a mais predominantemente (59,2%), seguida da verbal (52,2%), moral ou psicológica (48,7%), sexual (34,5%) e negligência/abandono (34,2%).
Broch et al. (2017BROCH, D. et al. Representações sociais da violência doméstica contra a mulher entre profissionais de saúde: um estudo comparativo. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, Divinópolis, v. 7, e-1630, 2017. DOI: 10.19175/recom.v7i0.1630 https://doi.org/10.19175/recom.v7i0.1630... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Profissionais da saúde da USF	Nas RpS dos profissionais das áreas urbanas e rurais, observou-se uma conotação negativa do objeto e elementos comuns: “agressão” e “covardia”. Nas RpS entre os da zona rural observou-se: “submissão” das mulheres, “falta de diálogo” nos lares e a “revolta” pela impunidade.
Siqueira et al. (2017SIQUEIRA, V. de B. et al. Trabalhadoras rurais: relações de trabalho e percepções sobre eventos violentos. Revista de Enfermería UFPE on line, Recife, v. 11, n. 4, p. 1662-1666, 2017. DOI: 10.5205/1981-8963-v11i4a15236p1662-1666-2017 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i4a... )	Pernambuco	Quanti-quali	Mulheres trabalhadoras rurais	Grande parte considera como violência os eventos que deixam marcas corporais. Sobre “o que é violência”, as mulheres mencionaram a violência física (42,2%), física e psicológica (38,9%), apenas psicológicas (11,1%) e outras manifestações (7,8%). Sobre eventos violentos, como castigos na infância, humilhações, xingamentos e ter relações sexuais contra a vontade a frequência aumenta para 78,9% e para 60% considerando apenas a vida adulta.
Honnef et al. (2017HONNEF, F. et al. Social representations of domestic violence against women and men in the rural settings. ACTA Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 368-374, 2017. DOI: 10.1590/1982-0194201700054 https://doi.org/10.1590/1982-01942017000... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Mulheres e homens rurais	Nas RpS da violência doméstica nos cenários rurais, observou-se as relações desiguais entre mulheres e homens manifestadas na divisão do trabalho, na sobrecarga das mulheres; na violência psicológica, como domínio masculino; e na violência física. As relações familiares e geracionais na qual crianças e idosos também estão suscetíveis a violência, especialmente pela figura paterna como detentora do poder.
Hirt et al. (2018HIRT, M. C. et al. Representações sociais da violência contra mulheres rurais para um grupo de idosas. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 38, n. 4, e68209, 2018. DOI: 10.1590/1983-1447.2017.04.68209 https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.0... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Mulheres idosas rurais	De um lado, as idosas representam a violência como distante, ancorada em atos extremos de agressão. Por outro, mostram-se vulneráveis à dominação e subordinação em relação aos homens, sendo vistas ainda como o “sexo frágil”, não tendo o direito de questionar e de impor seus anseios.
Costa; Narvaz; Camargo (2018COSTA, C. da; NARVAZ, M. G.; CAMARGO, K. Violência de gênero em áreas rurais: o caso de Santana do Livramento (RS). Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 54, n. 2, p. 229-239, 2018. DOI: 10.4013/csu.2018.54.2.10 https://doi.org/10.4013/csu.2018.54.2.10... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Mulheres e moradores rurais, representantes de organizações, acadêmicos	Encontraram-se muitos relatos de casos de violência de gênero ocorridos nas localidades rurais do município, sendo que a maioria não foi denunciada. Inclusive as mulheres rurais que sofreram violência por parte de seus maridos precisaram de vários anos para romper com a relação e carregavam marcas psicológicas até mesmo depois da separação.
Silva; Dimenstein; Dantas, (2018SILVA, E. L. da; DIMENSTEIN, M.; DANTAS, C. Violência contra a mulher em um assentamento rural de reforma agrária do nordeste brasileiro. Revista Latino-Americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 9, n. 1, p. 88-106, 2018. DOI: 10.5212/Rlagg.v.9.i1.0005 https://doi.org/10.5212/Rlagg.v.9.i1.000... )	Rio Grande do Norte	Qualitativo	Mulheres de assentamentos rurais	O cotidiano das mulheres nos assentamentos rurais é permeado pelo controle da liberdade de ir e vir, casamento e maternidade. As mulheres sofrem violência física, psicológica, moral e sexual, porém, a busca por serviços de saúde, delegacias ou a assistência social realiza-se apenas em situações agravadas.
Bervian et al. (2019BERVIAN, G. et al. Violence against rural women: Conceptions of professionals in the intersectoral network of care. Enfermeria Global, Murcia, v. 18, n. 2, p. 144-179, 2019. DOI: 10.6018/eglobal.18.2.324811 https://doi.org/10.6018/eglobal.18.2.324... )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Profissionais, gestores e/ou responsáveis rede de atendimento	Os profissionais relacionavam a violência contra as mulheres rurais a aspectos culturais, geracionais e heterogeneidades de gênero, que naturalizam a violência. Apontavam os diferentes tipos de violência, como a física, psicológica, moral, sexual, dependência, privação de liberdade até as jornadas de trabalho intensas.
Nascimento et al. (2019NASCIMENTO, D. F. B. do et al. Violência contra a mulher no contexto rural. Brazilian Applied Science Review, Curitiba, v. 3, n. 6, p. 2501-2513, 2019. DOI: 10.34115/basrv3n6-017 https://doi.org/10.34115/basrv3n6-017... )	Bahia	Qualitativo	Mulheres rurais	Todas as mulheres relataram ter sofrido algum tipo de violência em algum momento da vida. Também descreveram casos de abuso sexual, violência psicológica, violência infantil, violência doméstica e a violência institucional.
Dias et al. (2020DIAS, L. F. et al. Caracterização da violência sofrida por mulheres da zona rural de um Estado Brasileiro. Saúde, Santa Maria, v. 46, n. 1, 2020. DOI: 10.5902/2236583439968 https://doi.org/10.5902/2236583439968... )	Minas Gerais	Quantitativo	Dados de notificação de mulheres rurais vítimas de violência (SINAN)	Em 2015, houve o maior número de notificações de violência contra mulheres entre 25 e 39 anos, negras e menos escolarizadas. Com agressões principalmente na face, por parte do sexo masculino e praticada na residência da vítima. A violência era recorrente e, em 39% dos casos, o agressor fazia uso de álcool. A maioria dos casos de violência contra moradoras rurais foi física.
Franco e Tavares (2019FRANCO, M. A. C.; TAVARES, M. S. MINHA VIDA NÃO É FOLHA DE PAPEL EM BRANCO: revisitando memórias de uma trabalhadora rural. Revista Feminismos, Salvador, v. 7, n. 2, p. 127-143, 2019. Disponível em: <Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/38667 >. Acesso em: 17 jan. 2023. https://periodicos.ufba.br/index.php/fem... )	Bahia	Qualitativo	Mulher rural	A história de vida da entrevistada foi marcada por violência transgeracional, desencadeadas por homens quando investidos de poder, da infância à vida adulta, atingindo-a na velhice ao vitimar sua filha. A entrevistada relatou situações de violências múltiplas (patrimonial, moral, psicológica) e a denúncia do agressor, que agrediu e assassinou sua filha.
Suave e Neves (2020SUAVE, M.; NEVES, J. Violações encobertas: as múltiplas faces da violência contra as mulheres camponesas. Município de Santa Luzia D’Oeste-RO. Revista Presença Geográfica, Porto Velho, v. 7, n. 2, 2020. DOI: 10.36026/rpgeo.v7i2.5580 https://doi.org/10.36026/rpgeo.v7i2.5580... )	Rondônia	Qualitativo	Lideranças femininas que atuam com mulheres camponesas	As múltiplas violências contra as mulheres rurais foram: ameaças, espancamentos, xingamentos, humilhações, desvalorização de seu trabalho, não acesso a financiamentos públicos, abusos sexuais e feminicídio. As ameaças e a violência física aparecem como as maiores violações, entre 2017 e 2019. Nos BO, 33% eram referentes às violações de gênero no âmbito da Lei Maria da Penha, principal política pública para o combate à violência de gênero, porém, para acessar o serviço, é necessário deslocar-se até a cidade.
Oliveira et al. (2021OLIVEIRA, A. S. L. A. de et al. Violência psicológica contra a mulher praticada por parceiro íntimo: estudo transversal em uma área rural do Rio Grande do Sul, 2017. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, DF, v. 30, n. 4, e20201057 2021. DOI: 10.1590/S1679-49742021000400017 https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100... )	Rio Grande do Sul	Quantitativo	Mulheres rurais	Sobre a violência psicológica durante a vida de mulheres rurais, a prevalência dessa violência foi de 17,2% (IC95% 14, 9;19,7). Aquelas com diagnóstico de depressão (RP=2,23 - IC95% 1,70;2,91) e que consumiram álcool na última semana (RP=1,53 - IC95% 1,07;2,17) tiveram maior probabilidade de referir violência psicológica; e as solteiras apresentaram maior probabilidade dessa natureza de violência, se comparadas às casadas (RP=1,86 - IC95% 1,32;2,63).

Identificação	Local	Abordagem	População/fonte dos dados	Principais resultados
Lorenzoni (2007LORENZONI, C. Violência nas Relações de Gênero e Classe: Uma Interpretação a Partir das Mulheres Camponesas do Rio Grande do Sul. Libertas, Juiz de Fora, ed. esp., p. 82-98, 2007. )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Mulheres camponesas	As mulheres camponesas sofrem múltiplas violências, como: física, moral, psicológica, doméstica, institucional, de gênero, sobrecarga de trabalho, condição social, uso de agrotóxicos, crimes na luta pela terra. A vergonha, dependência financeira, culpa, medo, questões culturais ou religiosas as impedem de romper o silêncio.
Schmitz (2013SCHMITZ, A. Mulheres camponesas de Itapiranga e a invisibilidade da violência. Revista Grifos, Chapecó, v. 22, n. 34/35, p. 195-213, 2013. DOI:10.22295/grifos.v22i34/35.1655 https://doi.org/10.22295/grifos.v22i34/3... )	Santa Catarina	Quanti-quali	Mulheres camponesas	Das mulheres camponesas entrevistadas: 100% sofreram violência verbal, 25% física, 18,7% ameaça de morte, 25% assédio e 25% censura. Os fatores que mais inibem ações contra o agressor são: medo (80%), insegurança financeira (70%), vergonha (60%) e medo de prejudicar os filhos. Observou-se que 70% das mulheres já sentiram, em algum momento, vergonha de ser do campo, ou seja, preconceitos sobre o próprio trabalho na roça. A educação tida pelas mulheres, que ensina que deviam servir, depender do marido para tomar decisões e sofrer em silêncio, acaba influenciando a busca de ajuda para o rompimento da violência.
Grossi et al. (2014GROSSI, P. K. et al. Violence against rural women in Rio Grande do Sul, Brazil: challenges for public policies. European Scientific Journal, Kocani, v. 10, n. 10, 2014. )	Rio Grande do Sul	Qualitativo	Mulheres rurais, coordenadoras de movimentos e da rede de segurança feminina, gestoras dos CRM	A violência contra a mulher no meio rural é invisível. Falta reconhecimento do trabalho feminino; transporte para acessar a rede de serviços. Além disso, são necessárias ações que desafiem a cultura patriarcal e políticas públicas voltadas para a promoção da autonomia das mulheres.
Franco (2018FRANCO, M. A. C. “Eu vejo o futuro repetir o passado”: histórias de mulheres trabalhadoras rurais baianas e as violências de gênero, “guarda-chuva” de violações de direitos femininos. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, v. 31, n. 1, p. 243-263, 2018. DOI: 10.14393/CEF-v31n1-2018-13 https://doi.org/10.14393/CEF-v31n1-2018-... )	Bahia	Qualitativo	Mulheres trabalhadoras rurais	Invisíveis como sujeito e objeto de suas histórias de vidas, mulheres carregam a submissão, opressão, negação de direitos e isolamento intelectual em sua trajetória assimétrica de gênero. As falas de mulheres que, cotidianamente, conviveram com a violência nas suas multifaces mostram como essas encontram formas próprias de defesa dessa violação de direitos humanos, em especial na condição de esposa, companheira de homens violentos que impuseram domínio sobre elas pela violência física, psicológica, patrimonial e simbólica.
Gehlen e Cherfem (2021GEHLEN, M. E.; CHERFEM, C. O. Violência doméstica no campo: inexistente ou invisível? Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 1-21, 2021. DOI: 10.5007/1807-1384.2021.e75244 https://doi.org/10.5007/1807-1384.2021.e... )	Paraná	Qualitativo	Dados secundários provenientes de registros do CREAS e Fórum da Vara Criminal.	Existência invisibilizada e calada da violência doméstica contra as mulheres rurais. Essas mulheres guardam silenciosamente a vivência da violência no campo, sozinhas e distantes. No serviço de apoio psicológico do CREAS, com histórico de violência doméstica, entre 2016 e 2018, apenas 7,82% eram camponesas. Os processos judiciais no Fórum demonstram mobilização das mulheres em denunciar a violência doméstica. Porém, o Estado não disponibiliza a diferenciação entre meio rural e urbano, dificultando a compreensão da necessidade de realizar políticas públicas específicas para as mulheres camponesas.

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[1] Correspondência Luciane Stochero Departamento De Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves). Av. Brasil, 4036 - sala 700 - Manguinhos. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. CEP:21040-361