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Aids e prevenção do HIV entre adolescentes e jovens em seis municípios brasileiros1 1 A pesquisa “Jovens da era digital: sexualidade, reprodução, redes sociais e prevenção às IST/HIV/Aids” foi coordenada por Cristiane S. Cabral, coordenadora-geral, (São Paulo - Universidade de São Paulo (USP)), Ana Paula dos Reis (Salvador - Universidade Federal da Bahia (UFBA)); Daniela Riva Knauth (Porto Alegre - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)); Elaine Reis Brandão (Rio de Janeiro - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)), Flávia Bulegon Pilecco (Conceição do Mato Dentro - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)); José Miguel Nieto Olivar (São Gabriel da Cachoeira - USP). Este estudo contou com apoio financeiro do CNPq (Processo 442878/2019-2; Processo 431393/2018-4). Agradecimentos especiais às/aos coordenadoras/es e equipes de trabalho de campo de cada localidade, bem como às/aos jovens que compartilharam parte de suas experiências de vida conosco

Resumo

A ausência de um debate mais amplo sobre prevenção do HIV e o recrudescimento do conservadorismo, nos últimos anos, podem ter impactado nas concepções e nas práticas dos jovens em relação ao HIV/aids. Entrevistas semiestruturadas conduzidas com 194 jovens, de 16 a 24 anos, em quatro capitais e duas cidades do interior do Brasil, revelaram que, para eles, a aids é percebida como uma “doença que não tem cara”, sendo impossível identificar quem tem HIV. As concepções sobre o HIV oscilam entre o medo e a percepção de que é tratável. O risco foi percebido como algo abstrato, que não é central nas preocupações cotidianas, cujo foco é evitar uma gravidez. O uso do preservativo é visto como uma estratégia temporária de prevenção, rapidamente substituído pela confiança na parceria sexual. As tecnologias de informação disponíveis parecem não ter sido capazes de fazer frente ao aumento do conservadorismo e à carência de políticas de prevenção do HIV entre os jovens. Essas políticas devem passar pela melhora na provisão de informações de qualidade, adaptadas aos interesses dos jovens, pela ampliação da oferta dos diferentes insumos de prevenção, e também devem trazer as IST e o HIV de volta para a arena de discussões.

Palavras-chave:
Adulto Jovem; Adolescente; HIV; Aids; Preservativo

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