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Editorial

EDITORIAL

Ingressando em seu terceiro ano de vida Saúde e Sociedade livrou-se da mortalidade infantil, desgraçadamente ainda o maior problema brasileiro no campo da saúde e no mercado editorial de periódicos. Nas últimas décadas, dezenas de títulos, em todas as áreas do conhecimento, foram vítimas da morte súbita não conseguindo passar do primeiro número. Sem contar abortos e perdas fetais das revistas que certamente não conseguiram sair do projeto, não editando um número sequer, ou a mortalidade perinatal das que ficaram apenas no número zero.

Quanto à natureza dos artigos, a proposta original de misturar reflexões teóricas com relatos críticos de experiências concretas vai-se conformando. Tem um semblante ainda enfarruscado, mas nunca foi decisão dos instituintes e da Comissão Editorial exagerar na precisão do contorno, na linearidade do traço. Uma relativa falta de nitidez parece ser essencial a um empreendimento como este, que serve a dois senhores: a academia e os serviços. Neste número, a implantação do SUS, com sua tumultuada trajetória é, ainda desta vez, o tema central. São depoimentos críticos, resultados de experiência, de caráter ensaístico. Apenas um deles é resultado de investigação de campo, de natureza qualitativa. São reflexões sobre a Reforma Sanitária, a Saúde do Trabalhador, as Inovações Tecnológicas na Saúde, as dificuldades do ensino (e da prática) da Enfermagem em preencher lacunas do conhecimento, emergentes com a mudança de paradigmas na compreensão dos problemas mentais na sociedade moderna.

Já no que diz respeito aos Autores, continua a haver predominância dos ligados, direta ou indiretamente, à academia. Dos seis artigos, apenas um é encaminhado por autor ligado a uma autarquia da SES/SP, ainda assim atuando em nível central como "editor de qualidade". Os demais artigos originam-se na academia, embora pelo menos dois dos Autores tenham exercício nos serviços, ambos em nível central. Merece atenção o fato de apenas um dos artigos estar ligado a uma das Instituidoras, é desdobramento de mestrado defendido na FSP/USP. Outros três provêm de outras unidades da própria USP (Escola de Enfermagem e Faculdade de Medicina, de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto). Um, da Escola Paulista de Medicina.

Parece que Saúde e Sociedade começa a ter visibilidade. Pelo menos no âmbito acadêmico. Mas ainda há um longo caminho pela frente.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2008
  • Data do Fascículo
    Jul 1994
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