Open-access Ambiente e saúde da mulher trabalhadora: transformações numa comunidade da Amazônia brasileira1

Resumos

O texto resulta da pesquisa realizada na comunidade do Novo Remanso e na Vila do Engenho, localizadas na foz do Rio Preto da Eva, afluente do Rio Amazonas, município de Itacoatiara, no Amazonas, no período de 2011 a 2014, e dá ênfase à análise das relações entre ambiente, trabalho da mulher e saúde num lugar em que se entrelaçam de modo complementar o urbano e o rural numa comunidade amazônica. A pesquisa foi construída a partir de trabalho de campo, com entrevistas e trabalhos em grupos, e relata o processo inicial de organização que se originou do movimento da Comunidade Eclesial de Base da Igreja Católica, dando origem à Comunidade Sagrado Coração de Jesus. A comunidade cresceu por meio da organização dos agricultores, dando início, em 1993, ao movimento de Lavradores em Ação, e em seguida à formação da organização comunitária dos Trabalhadores Rurais do Paraná da Eva (ASCOPE), a primeira associação de trabalhadores rurais do Amazonas a ser transformada em cooperativa e a obter crédito para a criação da agroindústria de processamento de frutas regionais. Neste processo ocorreram transformações do trabalho, em especial da mulher, que além de dona de casa, passa a ser trabalhadora na agricultura e agroindústria e agente política. São diferentes formas de trabalho num ambiente amazônico ligado à terra, água e floresta, que configuram a relação entre ambiente e saúde, com transformações e permanências na vida da mulher trabalhadora.

Amazônia; Trabalho da Mulher; Ambiente e Saúde


The text results from the survey in the Novo Remanso community and in the Engenho Village located at the mouth of Preto da Eva River, tributary of the Amazonas River, in the Amazon, between 2011 to 2014 and emphasizes the analysis of environmental relationships, work, women and health in a place where they intertwine to complement the urban and the rural ways of an Amazonian community. The survey was constructed from fieldwork interviews and work in groups and reports the initial process of organization that gave rise to the Base Ecclesial Community movement, belonging to the Catholic Church, leading to the Sagrado Coração de Jesus Community. The community grew through the organization of farmers and in 1993 started the Farmers in Action movement, and then the formation of Associação Comunitária dos Trabalhadores Rurais do Paraná da Eva (ASCOPE), the first association of rural workers of the Amazon to be transformed into a cooperative and to get credit for growing agroindustry regional fruits. This process was the transformation of labor, especially women, who besides being housewives, are now working in agriculture and agribusiness and as political agents. They are different ways of working in an Amazonian environment linked to land, water and forest configuring the work, environment and health relationship with change and permanence in the lives of working women.

Amazon; Women’s Work; Environment and Health


Introdução

A pesquisa da qual se origina este texto parte das categorias trabalho, saúde, ambiente e cotidiano. Adota a noção de saúde da mulher como um modelo dinâmico, que leva em conta os recursos e as formas utilizadas pelas mulheres, tendo em vista a relação com o trabalho e as condições a que estão submetidas (Brito, 1999). Desenvolve-se uma análise qualitativa por meio da investigação focada na compreensão do trabalho e sua relação com a saúde num ambiente rural, tendo como base as ações e reações que se produzem no dia a dia no espaço de trabalho da agricultura, onde trabalhadoras rurais plantam cultivam e fazem colheita como diaristas, da agroindústria, onde fazem polpa de frutas, das lides domésticas e das ações políticas. Para se compreender esse processo foram realizados encontros com o grupo de mulheres associadas no Grumascope (Grupos de Mulheres da Ascope) por meio de oficinas, oportunizando o espaço da fala e tendo como enfoque o trabalho e suas dimensões sociais, com questões específicas da rotina da mulher na comunidade e seus diferentes tipos de trabalho.

À primeira vista, o lugar onde se desenvolveu a pesquisa se caracteriza por uma passagem que vai do rural ao urbano, porém busca-se ultrapassar a visão do rural enquanto locus exclusivo das atividades agrícolas, e o urbano como o lugar das atividades ligadas à indústria e aos serviços. O rural conforma novas configurações, que se afirmam no processo técnico com a desmaterialização dos processos laborais, e assinala formas de trabalho múltiplas e complexas, e o urbano contém ações e processos que são eminentementes rurais. Nesse sentido, não há separação do rural e do urbano, porque estão imbricados, à medida que enquanto se separam se complementam, e enquanto se fragmentam se articulam.

Ao considerar o espaço como fragmentado e articulado, a pesquisa busca a construção psíquica do sujeito, enquanto determinante social do trabalho e da saúde. E como parte desse processo, a mulher trabalhadora é elemento integrante da sociedade e constrói seu sentido de saúde a partir de suas vivências e representações. Assim, a referida compreensão acerca do trabalho e da saúde da mulher trabalhadora encontra lugar privilegiado na discussão sobre o rural e urbano na Amazônia, articulando ambiente, trabalho e saúde em comunidades onde trabalhadoras residem e produzem para a vivência e o existir. Para tanto, o presente artigo se divide nas seguintes partes: apresentação da metodologia; contexto sócio-espacial e as relações que estão nele inseridas; o trabalho das mulheres e os agravos de saúde; e as considerações finais.

Os passos metodológicos

Parte-se do entendimento de saúde do trabalhador como múltiplas possibilidades e mosaicos de saberes diversos, que buscam conhecer e intervir nas relações entre trabalho, saúde-doença e o ambiente. Para tanto, tem-se como suporte a interdisciplinaridade, que permeia e subsidia discussões visando a consistência teórica. Nesse aspecto, a vivência e o saber dos trabalhadores assumem o direcionamento na forma de interpretar o adoecimento, possibilitando a compreensão do binômio trabalho e saúde na realidade específica da mulher trabalhadora rural na Amazônia.

Como instrumento de análises para compreender o trabalho e as formas de participação das mulheres, parte-se da saúde do trabalhador, que incorpora elementos subjetivos e intersubjetivos. Trata-se de questões qualitativas da saúde da trabalhadora no interior amazônico, ressaltando as significações das atividades, que compreendem o trabalho e onde ele está situado enquanto produto do cotidiano. Para tanto, a psicodinâmica do trabalho apresenta-se como categoria teórica que direciona tanto o debate como as interpretações dos dados obtidos na pesquisa, buscando captar as contradições e a dinâmica que envolvem as relações intersubjetivas: sujeito, trabalho, aspectos sociais e culturais. A pesquisa de campo subsidiou a observação do espaço produzido, constituído de tempo que se espacializa. A observação in loco proporcionou a compreensão das formas historicamente diferentes, de modos, processos e condições do trabalho, instituídos nas crenças, valores e atitudes frente ao que é ressaltado por intermédio dos aspectos socioambientais que permeiam a análise, considerando que a população da pesquisa reside em ambiente rural da Amazônia. A pesquisa da subjetividade com trabalhadoras desdobra-se necessariamente como pesquisa e ação, envolvendo sujeitos-mulheres e sua objetividade, não a da epistemologia positivista, e sim a do senso crítico. Desenvolve-se então, a partir dos pressupostos da abordagem qualitativa, a inserção no contexto histórico e social como resultado de ações das trabalhadoras inserido na cultura particular. Além disso, descreve-se a realidade da mulher a partir do cotidiano de trabalho, seus significados e significantes, que subsidiam o entendimento dos aspectos em que o sujeito-mulher é social e histórico.

Os primeiros contatos com a comunidade foram realizados em 2011 e a pesquisa se deu de forma sistemática entre 2012 e 2013, nos espaços em se realizava o trabalho das mulheres e suas diferentes atividades. O universo da pesquisa foi constituído por 12 mulheres que trabalham na Agroindústria da Cooperativa dos Produtores Rurais da Comunidade Sagrado Coração de Jesus - Ascope; 23 associadas do Grumascope que executam serviços à comunidade, como o manejo de matérias-primas da cooperativa e seu beneficiamento em produtos como doces e polpas, assim como na administração e execução de eventos ligados à festividade da comunidade ou em eventos particulares onde seus serviços são solicitados; e 12 mulheres que trabalham na agricultura como trabalhadoras rurais diaristas.

Como fator de inclusão, as mulheres participantes da pesquisa são aquelas que trabalham em diferentes espaços do trabalho rural, residentes na Comunidade Sagrado Coração de Jesus, com faixa etária de 18 a 65 anos. Como fator de exclusão, as mulheres cuja atividade de trabalho não estivesse associada à agricultura.

O ponto de entrada da pesquisa foram os encontros com o grupo de associadas no Grumascope, oportunizando o espaço coletivo da fala e com enfoque no trabalho e suas dimensões na história do grupo, como questões específicas da rotina da mulher na comunidade e seus diferentes tipos de trabalho. Para mapear as experiências subjetivas e registrar a história da organização da mulher no espaço da comunidade foram realizadas entrevistas semiestruturadas abertas individuais e coletivas específicas com as lideranças do grupo, a fim de entender a história do Grumascope e sua importância para as mulheres e para a comunidade e os diferentes lugares do trabalho, tipos de organização e a relação saúde-doença nos diferentes fazeres do cotidiano feminino.

Em seguida, houve encontros com o coletivo de trabalhadoras na agroindústria, garantindo o espaço público da fala. Os encontros tiveram um roteiro semiestruturado, a fim de sistematizar o olhar do pesquisador e explorar as questões relacionadas ao processo e organização do trabalho, saúde e ambiente, e por fim questões relacionadas ao reconhecimento no trabalho.

Além do trabalho ligado à agroindústria, foi vivenciado o trabalho na agricultura, plantio e colheita. Para tanto, aplicou-se entrevistas semiestruturadas e abertas individuais, que se tornaram coletivas, pela proximidade do grupo no plantio, na colheita e nos tratos culturais de hortaliças e frutas. Devido à necessidade de entrevista no próprio campo de trabalho, uma vez que as mesmas recebem por dia trabalhado, foram consideradas a acessibilidade e a disponibilidade de cada uma para participar da pesquisa. Como critério de inclusão, foram entrevistadas mulheres que trabalham no plantio sistematicamente, ou seja, aquelas que estavam inscritas no caderno do patrão. Foram observadas mais amplamente questões relacionadas à organização do trabalho no campo, saúde e reconhecimento no trabalho.

O objetivo era conhecer, reconhecer e analisar os diferentes lugares, formas do trabalho, múltiplas atividades incorporadas ao cotidiano, as ações que são realizadas em espaços públicos, as discussões sobre o trabalho, as condições de trabalho e saúde da mulher trabalhadora no ambiente rural da Amazônia. E, ao ser desvelado tudo isso, enseja-se a produção de conhecimentos que possam subsidiar políticas públicas mais próximas da realidade ainda periférica que é a saúde da trabalhadora rural, especialmente em regiões como a Amazônia.

O lugar como dimensão do rural e do urbano

Na Amazônia, especialmente na área em estudo, o rural e o urbano estão sobrepostos enquanto realidades diversas, tendo como ponto de interseção o crescimento desordenado das cidades em que o urbano contém o rural em múltiplas faces que não podem ser compreendidas separadamente, por não serem díspares, mas complementares.

Numa visão apriorística, o rural é o campo e o urbano é a cidade, porém, tal visão deve ser relativizada, visto que na relação balizada pela construção e articulação das novas formas de produção do espaço na Amazônia, o campo e a cidade devem ser apreendidos também numa visão dialética, haja vista que cada um tem especificidades e similaridades. Além disso, o campo não é sinônimo de rural e, tampouco, a cidade abarca apenas o urbano. O rural e o urbano expressam o modo de vida e os valores, e o campo e a cidade correspondem à materialização dos valores expressos em modos de vida. Portanto, os valores urbanos estão presentes no campo, assim como também encontramos os valores rurais na cidade (Mondardo, 2008).

Num lugar específico da Amazônia, estas dimensões sociais se espacializam e ganham concretude. Trata-se da Comunidade Sagrado Coração de Jesus, situada à Leste da cidade de Manaus, na altura do quilômetro 169 da rodovia AM-10, estrada Torquato Tapajós, que liga a capital à cidade de Itacoatiara, sendo necessário percorrer mais 25 quilômetros até o Novo Remanso e mais 16 até alcançar a Vila do Engenho.

O lugar primeiramente era denominado de Bela Vista, uma comunidade ribeirinha situada no Lago do Engenho, no Paraná da Eva, um braço do Rio Amazonas. Por influência da Igreja Católica, especificamente a Prelazia de Itacoatiara, em 1968, passou a se denominar Comunidade Sagrado Coração de Jesus. Dois pesquisadores, Jesus (2000) e Laray Jesus (2009), elaboraram a história do lugar e partem da história de vida com base na matriz familiar, formada por três grupos unidos por laços de parentescos, pelo trabalho e pela religião que formaram os pilares que se constituíram valores e resultaram na formação de lideranças populares e políticas que deram origem à comunidade.

A comunidade foi criada e cresceu pela organização dos trabalhadores da agricultura e foi continuamente se fortalecendo até que, em 1993, se transforma no Movimento de Lavradores em Ação, ligado à Organização Comunitária dos Trabalhadores Rurais do Paraná da Eva - Ascope, que se constituiu na primeira associação rural do Estado do Amazonas a ser contemplada com linha de financiamento coletivo, que resultou na criação da Cooperativa para a produção e comercialização agrícola e para criação da agroindústria.

Com parte dos rendimentos da Cooperativa, provenientes da grande produção de cupuaçu na década de 1990, foi criada, em 1996, a Cantina Comunitária, conhecida como sessão de consumo, que funcionou inicialmente num flutuante e onde se comercializavam alimentos, artigos escolares, vestuário, cosméticos e materiais para suprir outras necessidades do lugar. Esta ação era uma forma dos cooperados terem acesso a produtos com preços justos, evitando-se a compra pelo sistema de aviamentos ainda praticado na Amazônia, especialmente pelos regatões.

A organização criada pelos moradores reflete a dimensão proposta por Baumam (2003), de que nenhum agregado de seres humanos é sentido como “comunidade” a menos que seja “bem tecido” de biografias compartilhadas ao longo de uma história duradoura e de uma expectativa ainda mais longa de interação frequente e intensa, e, nesse sentido, as relações sociais vão produzindo territórios e representações. Na atualidade [2013], a Vila do Engenho é reconhecida por meio de estatuto como comunidade social, sendo o perímetro urbano da Comunidade Sagrado Coração de Jesus no Novo Remanso. Mais do que isso, a comunidade é reconhecida pelos moradores como parte importante da história do lugar e da organização do trabalho. Em 2013, quando do fechamento da pesquisa de campo, moravam na Comunidade 837 famílias, totalizando 2.935 pessoas. Deste total, na Vila, correspondendo à área urbana, moravam 225 famílias, com 860 pessoas, a maioria vivendo da agricultura familiar.2

No processo de transformação do lugar está a urbanização e a problemática do urbano, que figura entre efeitos induzidos e causas ou razões indutoras com preocupações que indicam e acentuam o modo de vida que, sem deixar de ser rural, pode se definir como urbano, como realidade social que se diferencia a sua volta (Lefebvre, 1991).

A passagem da Comunidade Sagrado Coração de Jesus para a Vila de Engenho, na forma, no conteúdo e na representação simbólica, é muito significativa, visto que passa a se configurar como espaço urbano, lugar de negociação com a prevalência do valor de troca sobre o valor de uso. Ganha relevância o significado da Vila do Engenho com tempo e espaço que passam a ser regulados por atividades que ganham revalorização e se inserem no “reino da mercadoria”. Neste complexo movimento de transformações tanto das relações sociais de vivências na divisão do trabalho quanto das múltiplas dimensões da vida, a Vila tende à modernização no e do espaço com a mecanização e a especialização no ato de produzir.

As transformações econômicas que ocorrem na Comunidade Sagrado Coração de Jesus indicam a imbricação do rural/urbano, baseado num modo de vida em que os moradores do lugar produzem uma centralidade, a Vila do Engenho, como espaço de negociação, que contém a agroindústria, o comércio e a cooperativa, articulados a uma área contígua em que desenvolvem atividades agrícolas de cultivo de frutíferas e hortaliças. Isto aparece na fala do morador: “[…] quando falamos Vila do Engenho é para dar visibilidade para o produto que negociamos é [para] entrar nas negociações, ter mais oportunidade, então é aqui que tem o comércio”.

Esse processo não está isento de contradições e conflitos. Algumas transformações econômicas e culturais são constatadas na Vila do Engenho e seus efeitos resultaram em mudanças em uma década. A sobrevivência do grupo antes passava pelo trabalho e apoio coletivo, e hoje ainda se tenta resgatar permanências de costumes, mas o avanço das relações de trabalho impôs outros modos de vida e os costumes longamente estabelecidos na comunidade rural foram gradativamente sendo substituídos. Porém, esta substituição não ocorre em sua inteireza, pois há marcas que permaneceram. É o que será desenvolvido no item seguinte, quando da análise do trabalho da mulher.

Trabalho e saúde da mulher

Descrever e analisar o trabalho da mulher é reconhecê-lo como determinante da saúde/doença de trabalhadores agrícolas, é tornar visíveis processos objetivos e subjetivos de diferentes lugares do trabalho da mulher, na casa, no roçado, na agroindústria, no plantio e colheita como diarista, revelando questões específicas de um lugar específico. Foi possível identificar que para cada ambiente de trabalho existe uma realidade específica, falas, expressões, gestos, ou seja, vivências de múltiplas dimensões que são só daquele lugar.

Ao sistematizar o estudo sobre os lugares do trabalho da mulher e sua organização no cotidiano da Vila do Engenho, têm-se em cada lugar o registro do processo de trabalho e da organização do trabalho, por meio das falas em que se tecem narrativas de vivências que revelam condições da saúde da trabalhadora rural.

Foram analisados três lugares de trabalho agrupados em dois tipos: 1) as trabalhadoras da Ascope que exercem duas atividades, a de trabalhadoras da agroindústria e a do Grupo de Mulheres da Ascope - Grumascope; 2) as trabalhadoras diaristas dos plantios e colheita. De modo transversal e fazendo a interligação com todos os tipos de trabalho, há os afazeres na casa, aquilo que comumente se denomina de trabalho doméstico, o trabalho no roçado da família, caracterizado como ajuda, e a ação política. São todos nexos do mesmo processo, mas com múltiplos fazeres.

As trabalhadoras ligadas à Ascope exercem atividades diferentes e complementares. Na agroindústria, as mulheres trabalham em todo o processo de beneficiamento de frutas, especialmente do abacaxi e do cupuaçu, para o fabrico de polpas. Neste trabalho foram identificadas duas formas de contratação: mulheres que são mensalistas e as diaristas que trabalham por períodos específicos, basicamente quando a agroindústria está funcionando plenamente na safra. Das 12 mulheres entrevistadas, a maioria, 11, era diarista, somente uma possuía contrato mensal. Observou-se que existe relação de contrapartida, por serem as trabalhadoras esposas, filhas, sobrinhas dos cooperativados, e com isso. há o desejo de contribuir com a cooperativa. Do total de trabalhadoras entrevistadas, apenas três não possuem grau de parentesco com os sócios da cooperativa.

Das mulheres que possuem vínculos com os cooperados, o espaço de trabalho simboliza sua parcela de contribuição para a cooperativa, portanto, devem gratidão a quem lhes possibilita o trabalho. A fala da trabalhadora demonstra o valor ao lugar do trabalho: “A gente tem que dar mais valor pra essa fábrica que dá trabalho pra nós mulheres, pra não ficar lá no meio do sol quente. Vamos dar valor, vamos ajudar, vamos cooperar, vamos nos dedicar àquilo, não penso só em mim, até porque a metade que tá aqui […] é filha de cooperado, […] essa aqui é mulher de cooperado, ali também. Vamos entender isso e valorizar o que é nosso e entender e valorizar“ (Fala da trabalhadora da agroindústria). Aqui, a fala expressa o trabalho como investimento, como representação da família e do grupo e a valoração do lugar enquanto coletivo de trabalho.

No Grumascope, as mulheres trabalham visando a produção de compotas, doces, artesanatos e organização de eventos. Mais do que um grupo de trabalho, é um grupo de ação política, pois a sua origem remonta à história da cooperativa dos produtores, movimento de lavradores em ação, produtores rurais, que possuem trajetória política, de organização. Com base nos preceitos da Ascope, suas lideranças, quando participavam de encontros regionais e nacionais, começaram a ser cobradas sobre a não participação das mulheres nas reuniões e nos encontros de agricultores. Assim, ressoava a cada encontro o questionamento sobre a participação das mulheres ou da não participação destas nos movimentos sociais. Desse modo, para responder à demanda externa, a Ascope criou um grupo de mulheres ligado à cooperativa, mobilizando as esposas dos sócios a se organizarem em torno do beneficiamento da produção da cooperativa.

No âmbito do trabalho no Grumascope é feito o beneficiamento de produtos oriundos da agricultura familiar, como o beneficiamento de frutas em doces e compotas, e a organização de eventos para divulgar os produtos e congregar a comunidade. No processo do trabalho, as mulheres se firmam e vinculam sua história enquanto trabalhadoras rurais que vivem do que cultivam e do que produzem na agricultura. Para tanto, o grupo de mulheres buscou se organizar a partir de atividades de produção e prestação de serviços para a comunidade, gerando renda. Para isso, estabeleceram padrões de trabalho, rotinas e critérios de inserção de novas associadas.

Para além de trabalho, que efetivamente ele é, o Grumascope se constitui como o lugar de referência das mulheres para o encontro, para as decisões, não só do grupo enquanto organização, mas como o lugar do reconhecimento de si e da outra. Por esse motivo, é um lugar de trabalho e de ação política.

O outro grupo é composto por mulheres que trabalham como diaristas nas atividades agrícolas e nos plantios da Comunidade. Com a expansão das áreas de cultivo houve aumento da demanda por contratação de mão de obra temporária para a execução de atividades, como polinização e colheita, entre outras, que já se estabeleceram como trabalho de mulher, pois requerem atenção e delicadeza no manuseio das plantas. São trabalhadoras das propriedades de extensa área de cultivo, com diferentes culturas. O processo de trabalho da mulher concentra-se, mais especificamente, em dois ramos de atividades, a polinização do maracujá e a colheita da pimenta de cheiro, mas, pela demanda, podem executar diferentes atividades com distintas culturas, como lavar o mamão, semear e colher maxixe.

Em geral, há duas formas de contratação de trabalhadoras Na primeira, os produtores rurais contratam para complementar as atividades da mão de obra familiar, seja como diaristas, seja como avulsas, contratadas eventualmente na época da colheita, plantação ou limpeza de terreno. Na segunda, contratam trabalhadoras diaristas e mensalistas ou avulsas de modo mais permanente, visto que, embora disponha de mão de obra familiar, esta não é suficiente e, por isso, necessitam contratar força de trabalho para garantir a sua produção.

As mulheres que trabalham na polinização são as mesmas que trabalham na colheita da pimenta, embora sejam escolhidas aquelas que fazem “meia diária” e as que ganham a “diária cheia”. O dia completo de trabalho só é permitido para algumas que são escolhidas pelo critério de agilidade, de tempo no plantio, ou pelo critério de amizade da trabalhadora que fica à frente da organização do trabalho, espécie de capataz escolhida e direcionada pelo dono do plantio.

Permeando os vários lugares do trabalho da mulher há ainda o trabalho em casa e no roçado da família. As mulheres, ao falarem do trabalho em casa, o identificam como cansativo, enfadonho e rotineiro, sempre a mesma coisa, “aí chega é tudo de novo”. Já o trabalho fora de casa é a oportunidade de ganho, de amizades e de buscar novos horizontes.

Para algumas mulheres, há sofrimento nas escolhas de continuar ou desistir do trabalho fora de casa, pois para o marido é um trabalho que pode ser dispensado, em função das obrigações domésticas.

Além de gerar insatisfação, estresse e sobrecarga para a mulher, ao chegar à sua casa fora do horário, há o medo de perder a possibilidade de trabalhar. Este é velado, e até mesmo silenciado, uma vez que são autorizadas a trabalharem pelo marido, embora este possa restringir ou até mesmo proibir seu trabalho na agroindústria, o que causaria mais sofrimento, visto que este é o trabalho que simboliza oportunidade de autoestima e retorno financeiro.

Além do trabalho fora e do trabalho doméstico, há ainda a “ajuda” no roçado da família, em que as mulheres fazem as atividades no campo, como plantio, cultivo e colheita, bem como cozinham para os demais trabalhadores. “Somos trabalhadoras rurais, nossa agricultura é familiar e aí temos que ajudar na cozinha e na arrumação da casa”.

O trabalho ocupa grande parte do tempo e da história das mulheres, que enfrentam rotinas complexas que exigem disposição física e psicológica, visto que cabe à mulher trabalhadora a administração e organização da casa, além de acompanhar o marido no roçado. Na maioria das vezes são atividades não compartilhadas, sendo exercidas exclusivamente por elas e quase sempre não reconhecidas como trabalho, mas identificadas como “ajuda”.

Para Maia e Lopes (2001), o trabalho das mulheres sendo considerado como ajuda não aparece nas estatísticas oficiais como trabalho produtivo, inviabiliza o seu reconhecimento enquanto trabalhadora rural, consequentemente dificultando o acesso aos direitos essenciais de saúde e previdência, salário maternidade e aposentadoria, garantidos por lei desde a Constituição de 1988.

Constata-se que a Vila do Engenho passa por transformações no processo produtivo, com reflexo nas relações de trabalho. Antes o parente, agora o patrão, antes só agricultor, hoje o dono da produção,. Assim mudanças ocorrem de modo rápido e de forma significativa, com novos processos produtivos que resultam em transformações na sociedade e no ambiente. Esse processo foi observado de modo pontual na Vila, mas é possível que esteja ocorrendo em outros lugares da Amazônia, não necessariamente em decorrência dos grandes projetos ou dos grandes negócios, mas das formas de inserção no mundo da mercadoria, em que o uso é suplantado por relações de troca e isso tem implicações na saúde da mulher trabalhadora, que abarca a multiplicidade de agravos e adoecimentos no trabalho, sem, contudo, ser percebido por ela.

Há aspectos inter-relacionados entre saúde, trabalho e adoecimento, como a exposição ao sol e aos agrotóxicos, acidentes de trabalho, sobrecarga de trabalho, ansiedade e estresse decorrentes das novas configurações do mundo do trabalho que foram observados na Vila do Engenho.

Compreender saúde e doença é relacionar aspectos interligados nos lugares do trabalho da mulher, no Grumascope, na agroindústria e nos plantios, especificidades que dizem respeito ao trabalho, entendendo como Carvalho e Moraes (2011) que o trabalho é central na vida humana, e nunca é neutro em relação à saúde. Há questões de ordem intersubjetivas que refletem para além do visível no processo e no ambiente de trabalho e envolvem aspectos sociais, históricos, econômicos e culturais no cotidiano da mulher na Vila do Engenho. Mas há também questões bem objetivas que podem ser identificadas e relacionadas ao lugar onde se localizava o trabalho. São agravos referenciados com maior frequência nas falas das trabalhadoras.

Os agravos referenciados pelas trabalhadoras são: sobrecarga de trabalho, dores nos membros superiores e inferiores, assim como nas costas, que podem desencadear quadros de Lesões por Esforços Repetitivos/Doenças Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), estresse, exposição às radiações solares e ao calor por longos períodos, exposição a ruídos, que pode desencadear Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), e destaca-se aqui a possibilidade da exposição crônica a agrotóxicos.

Segundo Silva e colaboradores (2013), a exposição ao agrotóxico pode causar uma série de problemas de saúde, destacando-se os “problemas ligados à fertilidade, reações alérgicas, efeitos deletérios sobre o sistema nervoso, distúrbios mentais e psiquiátricos, respiratórios, cardiovasculares, geniturinários, gastrointestinais, problemas na pele e nos olhos”.

Quanto aos acidentes de trabalho, embora não tenham aparecido nas falas, as trabalhadoras estão expostas a lesões traumáticas de diferentes graus de intensidade pelo uso de ferramentas manuais. Na agroindústria, observa-se a exposição a fios elétricos e manuseio de máquinas, e nas áreas de plantio há riscos de acidentes com animais peçonhentos e a exposição e intoxicação por agrotóxicos.

A sobrecarga decorrente do trabalho constante e intenso das trabalhadoras rurais em suas múltiplas atividades, fora e dentro de casa, foi reconhecida pelas trabalhadoras nos seus múltiplos afazeres, tanto no Grumascope, como na Ascope e nos plantios. As queixas relacionam-se ao ambiente e cotidiano do trabalho e podem ser agravadas e configuradas, em um processo de adoecimento, quando associado ao modo como a mulher lida com o trabalho, com as pressões de casa e de si para dar conta das tarefas de que são incumbidas. “O trabalho fica mais pra gente que tem que encarar, a gente tem que encarar muita coisa, encarar em casa e encarar aqui, encarar no sol e virar aquariquara mesmo” (Fala da trabalhadora na área do plantio).

Ao minimizar a dor, sustentando ser forte e aguentar firme, comparando-se à árvore de casca grossa, seca e altamente resistente que sustenta como viga as casas ribeirinhas na Amazônia, o que as falas das mulheres expressam é a justificativa para a labuta do dia a dia, a sobrecarga de trabalho. Há a necessidade de se justificar pelo trabalho no tempo livre. O ócio está ausente nas falas das mulheres, visto que o tempo livre é dedicado às atividades domésticas.

No Grumascope, quando as trabalhadoras faziam referência à sobrecarga, se ressentiam de dividir responsabilidades intrínsecas de seu cotidiano de casa com as tarefas da associação. De outro modo, para elas as tarefas na Associação permitem o relaxamento, a amizade, a liberdade e as realizações advindas do trabalho no grupo. O trabalho aparece como uma descarga das múltiplas atividades domésticas e, por conseguinte, constata-se nessa dinâmica que o Grumascope pode potencializar a saúde, pela obtenção da autoestima e da confiança ao gerir um grupo, conciliando diferentes atividades, visando metas e objetivos a serem alcançados.

Nos plantios de maracujá, na atividade de polinização da flor, foram citados, principalmente, dores nos braços, por permanecerem quase sempre esticados, assim como dores nas mãos, pelos constantes movimentos com as pontas dos dedos para coleta do pólen das plantas. Outro aspecto está relacionado à necessidade de andarem em média cerca de 100 a 200 metros várias vezes nas fileiras do maracujá para a polinização, assim como fazem referências às dores nas pernas relacionadas às horas que ficam em pé, uma vez que o trabalho exige que estas andem de uma fileira para a outra, causando uma sensação de peso nas pernas e inchaço.

Ao descreverem seu trabalho, as trabalhadoras deixam entrever as exigências das atividades e as consequências à saúde, no entanto, ao descrevem o que sentem, não articulam isso ao trabalho. Todavia, ao refletirem e verbalizarem sobre o trabalho, estabelecem agravos decorrentes de uma série de atividades e situações de trabalho que põem em risco a sua saúde.

Na construção permanente de um quadro de agravos, as trabalhadoras reconhecem as dores e os problemas de saúde em relação às atividades, porém, ao caracterizarem suas atividades como simples e leves, evidencia-se a falta de clareza quanto a associá-las à atividade específica. No caso das agricultoras, as condições de trabalho colocam a trabalhadora em frente a riscos decorrentes da especificidade do trabalho, além da exposição cotidiana ao sol e à chuva, riscos de picadas de animais peçonhentos, acidentes de diversas formas, como também em relação à exposição aos agrotóxicos que pode propiciar o aumento do índice de morbidade e doenças ocupacionais.

Considerações finais

A mulher, no universo de fazeres, trabalha e vive, interagindo no espaço rural amazônico, sendo educadora, mãe, companheira, trabalhadora e agente política, e no desempenho de seus múltiplos papeis, acaba por produzir espaços que podem diluir importâncias e riscos referentes à sua participação na execução de atividades produtivas. Este fato não é exclusivo do interior da Amazônia, pode ser verificado em várias partes do mundo, assim como é observado no espaço das comunidades rurais, através do trabalho, participação e responsabilidades assumidas por ela.

Quando se trata de compreender como esse processo ocorre num lugar específico como a Amazônia, é preciso entender que se trata de uma região cujas transformações se apresentam de forma rápida e, contraditoriamente lenta, num universo de paradoxos. A realidade da Vila do Engenho, nesse contexto, apresenta novas configurações na transição do rural ao urbano. A Comunidade Sagrado Coração de Jesus, ao se transformar em Vila do Engenho, implicou perdas da dimensão do compartilhamento, do ajuri, que são progressivamente substituídos por formas de organização, relações e pelos processos de trabalho baseados na troca.

Apesar das especificidades, as condições de saúde da trabalhadora na Comunidade Coração de Jesus/Vila do Engenho não diferem de modo substancial das encontradas em outras áreas do Brasil, retratadas em estudos diversos, os quais evidenciam condições precarizadas, onde a mulher vive a contradição da não superação de entraves que geram desigualdades sociais e especialmente de gênero. Por outro lado, constatam-se transformações que levam a mudanças das condições materiais e do papel da mulher na ação política.

As mulheres trabalhadoras rurais, que exercem suas atividades em lugares que constituem diversidade de fazeres no rural amazônico, configurados na pesquisa pelo trabalho na agroindústria, no Grumascope, no plantio e colheita como diaristas, na casa e no roçado da família, enfim, nas atividades como trabalhadoras rurais, revelam dinamicidades que implicam no reconhecimento do processo de mudança que significam permanências da solidariedade, do companheirismo e a superação, por exemplo, da submissão ao trabalho doméstico. No que diz respeito à relação entre trabalho e saúde, os dados da pesquisa possibilitam inferir a partir das falas das mulheres reclamações no que concerne ao adoecimento ou ausência de saúde, mas a maioria não estabelece relação direta com a jornada e com o excesso de trabalho. Com isso gera-se invisibilidade na produção de doença e/ou saúde da mulher trabalhadora rural e desvela-se o não reconhecimento do trabalho atrelado à produção num lugar específico da Amazônia Brasileira, ou seja, a Vila do Engenho, que se articula à reprodução ampliada do capital, e pelas condições impostas de controle podem gerar agravos à saúde.

As trabalhadoras rurais da Comunidade Sagrado Coração de Jesus do Paraná da Eva/Vila do Engenho estão compondo histórias de superação. Esse processo, mediado por ações que se desenrolam no ambiente e que se expressam no cotidiano do lugar, produz vida em toda a sua dimensão.

É preciso compreender que a Amazônia apresenta índices sociais abaixo da média nacional, sendo mais grave a desigualdade vivenciada por populações que moram nas comunidades rurais. Nestes locais, o acesso à saúde é mais difícil por vários fatores que impedem atingir níveis mais elevados de igualdade e de justiça social. No entanto, é importante assinalar que essa assimetria não é dada pela natureza, mas pelo processo social.

O trabalho da mulher na comunidade estudada envolve questões de saúde relacionadas ao gênero, ciclos de vida e meio ambiente, bem como a exposição a fatores de que determinam agravos à saúde, como exposição ao sol e chuva, aos agrotóxicos, sobrecarga de trabalho, duplas e triplas jornadas e falta de equipamentos de trabalhos. As jornadas de trabalho justapostas aumentam o grau de riscos da mulher a acidentes no trabalho da casa, do roçado, da agroindústria e da associação, que são relativizados pela mulher e identificados como “trabalhos leves”.

Apesar de tudo, há esperança. As mulheres iniciam o processo em que buscam novos parâmetros nas relações sociais, econômicas, políticas e culturais na comunidade em que vivem e tornam-se protagonistas da história por meio do trabalho e da ação política, especialmente no Grumascope, o que pode ser um fator determinante também na produção da saúde, pois poderá identificar os agravos originados pelas desigualdades na divisão social do trabalho e pelas demais relações sociais de produção existentes numa comunidade amazônica, a Vila do Engenho.

Figura 1
Localização da Vila do Engenho

Referências

  • BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
  • BRITO, J. Saúde, trabalho e modos sexuados de viver. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999.
  • CARVALHO, G. M.; MORAES, R. D. Sobrecarga de trabalho e adoecimento no Polo Industrial de Manaus. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 17, n. 3, p. 465-482, 2011.
  • JESUS, C. P. Utopia cabocla amazonense: agricultura familiar em busca da economia solidária. Canoas: ULBRA, 2000.
  • LARAY JESUS, E. Educação e desenvolvimento em áreas agrícolas no Amazonas. 2009. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
  • LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 1991.
  • MAIA, C.; LOPES, M. F. As desigualdades de gênero no contexto do desenvolvimento humano. Unimontes Científica, Montes Claros, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2001.
  • MONDARDO, M. L. Faces e contra-faces da relação campo-cidade no município de Francisco Beltrão/PR. Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, v. 3, n. 5, p. 114-137, 2008.
  • SILVA, J. M. et al. Saúde do trabalhador rural na atenção primária à saúde: subsídios para elaboração de uma proposta de atuação. In: DIAS, E. C.; SILVA, T. L. Saúde do trabalhador na atenção primária à saúde: possibilidades, desafios e perspectivas. Belo Horizonte: Coopmed, 2013. p. 341-354.
  • 1
    É parte da tese de doutorado Trabalho, ambiente e saúde: cotidiano dos fazeres da mulher rural na Amazônia defendida no Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia em 2014 e é parte do projeto de pesquisa “Cidades amazônicas: dinâmicas espaciais, rede urbana local e regional” financiado pelo CNPq e FAPEAM.
  • 2
    Os dados populacionais foram obtidos a partir de informações do IDAM/Novo Remanso e do Presidente da Comunidade, Os dados foram cotejados e sistematizado a partir de planilha da Fundação de Vigilância em Saúde - FVS/AM.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    13 Set 2014
  • Aceito
    24 Set 2014
location_on
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. Av. dr. Arnaldo, 715, Prédio da Biblioteca, 2º andar sala 2, 01246-904 São Paulo - SP - Brasil, Tel./Fax: +55 11 3061-7880 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: saudesoc@usp.br
rss_feed Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
Acessibilidade / Reportar erro