RESUMO
O entendimento de que os fatores motivadores das desigualdades são múltiplos e se cruzam é fundamental para a formulação e para a implementação de políticas de saúde. Uma análise de interseccionalidade revela essas relações e permite uma compreensão diferenciada de como as iniquidades em saúde são estruturadas e compreendidas. Usando estatísticas globais e outros exemplos, o artigo argumenta a importância de uma análise de interseccionalidade para desvendar o impacto desproporcional da desigualdade e as implicações para a saúde e a vida das pessoas que sofrem essas múltiplas discriminações. Essa abordagem desafia o pressuposto de homogeneidade e ajuda a visibilizar as realidades vividas. Alguns exemplos de atos de resistência são citados pelos autores que tentaram ampliar as vozes e o conhecimento daqueles cujas realidades são, de outro modo, invisibilizadas pelas iniquidades, políticas e discursos predominantes. A ‘marginalização’ da saúde implica, portanto, um entendimento interseccional da desigualdade, assim como em enfrentar e mudar as estruturas sociopolíticas predominantes.
PALAVRAS-CHAVE
Saúde; Interseccionalidade; Equidade; Discriminação social