Resumo
As classes sociais são consideradas um conceito sociológico por excelência. Neste artigo, propomos uma avaliação empírica do conceito, motivada por questionamentos contemporâneos que têm sido críticos a análises que recorrem ao conceito de classe como dimensão heuristicamente interessante. Nosso esforço se concentra em uma validação da proposta popularmente conhecida como a tipologia EGP (Erikson-Goldthorpe-Portocarero). Através da utilização de uma técnica estatística, sensível ao padrão dos dados - a análise de classes latentes -, verificamos o padrão de associação da tipologia com aspectos relevantes do mercado de trabalho brasileiro. Como principal resultado que emerge a partir das análises empreendidas, apontamos uma série de restrições à proposta avaliada. Isso indica para a necessidade dos sociólogos e de outros pesquisadores interessados no trabalho com o conceito estarem sensíveis para as particularidades impostas pelo contexto brasileiro que impõe limites não triviais à sua validade empírica.
Palavras chave:
mercado de trabalho; análise de classe; tipologias ocupacionais; classe social; EGP