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Gilberto Freyre e o tempo-espaço brasileiro: uma crítica ao cronótopo da modernidade* * O presente artigo é fruto de pesquisa desenvolvida com apoio do CNPq/Bolsa de Produtividade em Pesquisa. Agradeço as/os pareceristas pela leitura crítica e sugestões, as quais auxiliaram a recalibrar os objetivos e ambições deste trabalho, bem como esclarecer os argumentos defendidos.

Resumo

O artigo revisita uma das teses que permeiam de ponta a ponta a obra de Gilberto Freyre, a saber, a sociedade brasileira, fruto de formação sui generis, lograva atenuar, quando não resistir, com insuspeita criatividade, às investidas de padrões mentais, comportamentais, estéticos e institucionais estranhos às suas tradições, os quais vinham se insinuando sobre ela de maneira cada vez mais sistemática a partir do século XIX. Importa-me sobremaneira que essa hipótese lhe servisse para avançar outra de suas ideias-força, qual seja, a de que nossa formação social representava uma modalidade tão diversa quanto bem-sucedida da modernidade. O artigo almeja revisitar tal programa intelectual com o propósito de compreender como esse intérprete mobiliza, ao longo de sua vasta obra, as categorias tempo e espaço, e quais usos, conotações e sentidos emprestados a tais noções mais se sobressaem em seus esforços de interpretação da experiência moderna no Brasil. Por fim, pretendo sondar potenciais contribuições de Freyre para o discurso sociológico da modernidade.

Palavras-chave:
Gilberto Freyre; pensamento social brasileiro; modernidade; teoria sociológica

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