Resumo
Desde a pandemia Covid-19 que os trabalhadores digitais e plataformizados têm enfrentado desregulamentação laboral, jornadas de trabalho extenuantes, erosão dos direitos laborais e sociais, assim como uma enorme perda de referencial relativamente aos sindicatos. Num cenário de uberização do trabalho, este artigo procura analisar como a classe-que-vive-do-trabalho tem reivindicado o seu verdadeiro poder, adotando estratégias de organização e resistência através do ciberativismo. Entre 2020 e 2022, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, netnografia e observação não participante em redes sociais e plenários virtuais. Os principais resultados revelam que a classe trabalhadora se encontra num processo de reorganização, utilizando plataformas digitais, redes sociais e aplicativos, usadas não apenas para regular e controlar o ritmo do trabalho, mas para reivindicar os seus direitos laborais e humanos como uma ferramenta de campanha laboral.
Palavras-chave:
Trabalho em plataformas digitais; Ciberativismo; Organização; Sindicalismo; Covid-19