Resumo
Na Argentina, a legislação garante que crianças e adolescentes trans possam mudar seu nome e sexo em sua documentação de acordo com sua identidade autopercebida. Antes dos 16 anos de idade, eles devem apresentar seu consentimento por meio de seus representantes legais e ter a assistência de um advogado infantil. Diferentes espaços governamentais criaram protocolos integrais de atendimento à saúde despatologizantes que garantem o acesso a processos de modificação corporal com autonomia. Entretanto, na configuração das intervenções médicas, as narrativas de direitos são tecidas com a persistência do cissexismo e do adultocentrismo. A autoridade epistêmica da ciência, ou especialidade, muitas vezes tem precedência sobre as decisões dos adolescentes. Abordo esse problema por meio da análise de protocolos oficiais e entrevistas com profissionais de saúde em uma cidade intermediária de Buenos Aires.
Palavras-chave:
adolescência; identidades trans; saúde integral.