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“Eu sei que fui cortada, mas o esqueci imediatamente quando te vi”. A violência obstétrica como um novo marco para prover de inteligibilidade as memórias e experiências dos partos na Argentina recente

Resumo

O artigo discorre sobre a categoria violência obstétrica a partir da emergência de um marco moral/cognitivo de referência que permite estabelecer o significado da violência em determinadas práticas obstétricas ligadas ao parto. Se afirma que as memórias e experiencias dos partos nas mulheres cis gênero estão sendo reconfiguradas a partir da emergência de uma arena pública ligada ao direito ao nascimento humanizado num contexto de construção da violência de gênero como problema publico na Argentina recente. Num primeiro lugar, se retomam elementos conceituais do feminismo e a antropologia da reprodução para nos aproximar da violência em termos analíticos. Logo depois, descreve-se a emergência de uma arena pública ligada à disputa pelo parto humanizado, e retoma-se a categoria de injustiça hermenêutica (Friker, 2017) para problematizar a construção de um novo marco cognitivo que empreste inteligibilidade às memórias e experiências dos partos das mulheres cis gênero. Finalmente, aponta-se alguns aspectos cis sexistas reproduzidos por normativas e coletivos pela humanização do parto.

Palavras-chave:
violência obstétrica; injustiça hermenêutica; memórias de parto; Argentina recente

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