RESUMO
A economia política da saúde no território brasileiro está fundada, principalmente, na garantia constitucional de que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Integralmente, no entanto, este direito passou a valer somente a partir da Constituição de 1988. No momento da proclamação da Constituição, o país já contava com 145 milhões de brasileiros e a nova lei constitucional fez crescer ainda mais as demandas por produtos industriais voltados às atenções médico-hospitalares. A saúde enquanto um bem de direito conduziu a passagem de um setor industrial nacional para o estabelecimento do atual complexo industrial da saúde, transnacionalizado, que monopoliza grande parte do fornecimento dos insumos necessários ao sistema de saúde nacional organizado e regulado pelo Sistema Único de Saúde. Nesse processo assistiu-se a entrada de empresas transnacionais do setor produtivo da saúde e o intenso crescimento de fluxos de mercadorias acabadas e de insumos industriais semimanufaturados evidenciando a consolidação de novas características na divisão territorial do trabalho. Analisamos, aqui, o complexo industrial da saúde no território brasileiro embasado no conceito de circuito espacial produtivo, conforme proposto por Santos (1988SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Nobel, 1988).
Palavras-chave:
Economia política da saúde; Economia política da urbanização; Circuitos espaciais produtivos; Complexo industrial da saúde; Complexo hospitalar