Resumo
Este artigo reconstrói a trajetória do trabalho como categoria conceitual internamente à tradição intelectual que se designa como teoria crítica da sociedade, em suas transformações ao longo do século XX e na passagem para o século XXI. O artigo demonstrará um movimento de pêndulo: partindo de uma formulação teórica nos primórdios da Escola de Frankfurt, passou-se a uma concepção puramente empírica na sociologia do trabalho nos anos 1980, associada ao diagnóstico do “fim da sociedade do trabalho”, diagnóstico que se revela hoje questionável à luz das novas relações de trabalho da Gig Economy. Com isso, chega-se hoje a um movimento em que o trabalho pode voltar a ocupar a centralidade do pensamento crítico, inclusive rearticulando um programa político. Este artigo remonta esse movimento, mostrando como a centralidade da categoria trabalho oscilou ao longo do tempo, de acordo com as transformações estruturais do capitalismo mundial.◊ ◊ Os autores agradecem a leitura atenta e as sugestões recebidas por meio de dois pareceres anônimos, que decerto contribuíram para tornar mais consistente o argumento do artigo. Agradecem, ainda, ao auxílio recebido por meio do Edital DPI/DPG 02/2023.
Palavras- chave
trabalho; teoria crítica; reificação; economia flexível; novo welfare state