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A Sociologia como uma Filosofia Prática e Moral (e vice versa)1⧫ 1 Este artigo é baseado em uma trilogia de cursos de pós-graduação que ministrei no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ), no Rio de Janeiro: "Sociologia como uma Filosofia Prática (e vice versa)" [2012]; "Sociologia como Filosofia Moral (e vice versa)" [2013] e "Sociologia as Filosofia Política (e vice versa)". Agradeço aos estudantes que acompanharam os cursos, bem como a Raquel Weiss pelo convite a preparar o artigo.

Sociology as Practical and Moral Philosophy (and vice versa)

Embora boa parte da sociologia contemporânea tenha um caráter político e moralizante, a sociologia da moral como tal permanece pouco desenvolvida. Diferentemente da sociologia da religião, da sociologia do conhecimento ou da sociologia das artes, a sociologia da moral não possui uma verdadeira tradição, ainda que os pais fundadores da disciplina tivessem, é claro, grande interesse sobre os temas da moral e da ética. Para desenvolver uma sociologia da moral que faça jus ao próprio nome, é preciso, antes de tudo, romper a barreira disciplinar entre a sociologia e a filosofia, e superar a desconfiança e resistência dos sociólogos para engajarem-se em um "pensamento liminar" construtivo. Neste artigo, pretendo tentar reconectar a sociologia à filosofia da moral e a filosofia da moral à sociologia. A tese que defendo é de que a sociologia dá continuidade, por outros meios, à venerável tradição da filosofia da prática e da moral. Como suas antecessoras, ela depende da defesa da "sabedoria prática" (Aristóteles) e da "razão prática" (Kant).

Sociologia moral; Ética descritiva; Neutralidade axiológica


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