RESUMO
A incidência da mancha-alvo, causada pelo fungo Corynespora cassiicola, tem aumentado sua importância entre as principais doenças da soja no Brasil e o uso de cultivares suscetíveis pode ocasionar perdas de produtividade. Diferentes níveis de suscetibilidade/resistência têm sido observados entre as cultivares em cultivos comerciais, mas a genética da resistência para esse patógeno ainda é desconhecida. Para estudar a herança da resistência da soja a C. cassiicola, cruzamentos foram desenvolvidos entre cultivares, incluindo uma cultivar resistente a mancha-alvo, BRS 316RR, uma moderadamente resistente, BRS 184 e uma suscetível, BMX Potência RR. As gerações parentais, bem como as F2 e F2:3 derivadas dos seus cruzamentos foram avaliadas quanto a severidade e o tamanho de lesão após inoculação com o patógeno. A análise quantitativa foi aplicada aos dados e modelos genéticos foram ajustados para médias e variâncias. É sugerida uma predominância de efeitos genéticos aditivos controlando a resistência da soja a C. cassiicola entre os diferentes cruzamentos. O modelo genético ajustado para as médias, detectou efeito genético aditivo mais frequentemente. A variância aditiva D foi detectada somente para o tamanho de lesão e com baixa herdabilidade, indicando alto efeito ambiental influenciando a reação. Baseado nos modelos genéticos de médias e variâncias, ganhos genéticos adicionais são esperados no cruzamento BRS 316RR x BMX Potência RR. O efeito da dominância genética não foi importante. A presença de significante epistasia em cruzamento entre cultivares suscetíveis, indica existência de ao menos dois genes afetando a resistência e que eles estão interagindo. A distribuição normal contínua da frequência do número de indivíduos em diferentes classes de resistência, indica que a resistência a C. cassiicola é herdada quantitativamente, com predominância de efeito genético aditivo e baixa herdabilidade.
Palavras-chave
genética quantitativa; Glycine max; parâmetros genéticos
