Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial risco de ocorrência da monilíase e os impactos das mudanças climáticas sobre esta doença nas décadas futuras, caso este patógeno sejam introduzida no Brasil. Para tal, elaboraram-se mapas de favorabilidade climática à ocorrência da monilíase no período atual e futuro. Os cenários futuros empregados (A2 e B2) foram centrados nas décadas de 2020, 2050 e 2080. Estes cenários foram obtidos a partir de seis modelos climáticos globais (MCG's) disponibilizados pelo terceiro relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). No período atual existem extensas áreas que apresentam condições de favorabilidade climática a monilíase no Brasil, principalmente em regiões que apresentam alto risco de introdução do patógeno. Considerando os cenários de aquecimento global previsto pelo IPCC, haverá a redução do potencial risco climático de ocorrência da monilíase no Brasil. Tal redução é predita em ambos cenários futuros, porém ocorrerá de forma mais acentuada admitindo-se o cenário A2. No entanto, ainda haverá áreas que apresentaram condições de favorabilidade climática ao desenvolvimento da doença, principalmente nas maiores regiões produtoras do Brasil. Além disso, tanto o patógeno como o hospedeiro poderão sofrer alterações com mudanças climáticas, o que influenciará magnitude dos seus impactos sobre este patossistema.
Moniliophthora roreri; Theobroma cacao; aquecimento global; sistema de informação geográfico
