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Herbicidas afetam o desenvolvimento carpogênico e o manejo de Sclerotinia sclerotiorum

RESUMO

Escleródios do fungo patogênico da soja Sclerotinia sclerotiorum podem sofrer ação de herbicidas utilizados no manejo de aplicações pré-plantio ou mesmo pós-emergenciais. O objetivo foi verificar a ação dos herbicidas glifosato, glufosinato de amônio e dicamba no crescimento micelial e na germinação carpogênica dos fungos escleródios e Sclerotinia sclerotiorum. O meio de cultura BDA foi suplementado com concentrações de 10, 100, 1.000 e 10.000 ppm de herbicidas, recebendo inoculação de micélio fúngico em placas de Petri. O diâmetro do crescimento do micélio foi medido diariamente. A germinação carpogênica dos escleródios foi analisada com a deposição de dez escleródios na superfície do solo que foi esterilizado, disposto em caixas plásticas e pulverizado com soluções nas concentrações de 1, 10, 100, 1000 e 10000 ppm de herbicidas. As avaliações foram realizadas aos 30, 40 e 50 dias após a incubação por meio da contagem do número de estipes e apotécios. O herbicida glufosinato de amônio causou a maior inibição do crescimento micelial em S. sclerotiorum, com inibição acima de 40% mesmo na menor concentração. A velocidade de crescimento micelial também foi menor a partir de 10 ppm de glufosinato. Enquanto que para a amostra controle houve diferenciação de estipes em apotécios, os escleródios tratados com os herbicidas apresentaram elevado número de estipes e baixo número de apotécios. Alterações na morfologia, como deformação nas bordas dos discos dos apotécios, alterações na coloração e aspecto atrofiado também foram observadas nos escleródios tratados com herbicidas. Os herbicidas glifosato, glufosinato de amônio e dicamba alteram o desenvolvimento dos escleródios de S. sclerotiorum e podem ter ação inibitória sobre o fungo.

Palavras-chave
escleródios; glifosato; glufosinato de amônio; dicamba

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