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Ocorrência de Rhizoctonia solani AG1 em bastão-do-imperador no Estado do Pará

COMUNICADOS

Ocorrência de Rhizoctonia solani AG1 em bastão-do-imperador no Estado do Pará

Jaqueline Rosemeire VerzignassiI; Luiz Sebastião Poltronieri; Ruth Linda BenchimolII

IEmbrapa Gado de Corte, Rod. BR 262, Km 4, Caixa Postal 154, CEP 79002-970, Campo Grande, MS, e-mail: jaqueline@cnpgc.embrapa.br

IIAmazônia Oriental, Tv. Enéas Pinheiro, S/N, CEP 66095-100, Belém, PA

A produção de plantas ornamentais tropicais no Estado do Pará encontra-se em expansão, com ótimas perspectivas de mercado. Os municípios de Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara e Santa Izabel do Pará são os maiores produtores, com total de 45 propriedades em estádio de produção e área plantada aproximada de 47,5 ha. No entanto, a produtividade seria maior caso informações sobre os sistemas de produção, sobretudo com relação ao manejo no campo e ao controle de doenças fossem pesquisadas e difundidas aos produtores. O bastão-do-imperador (Etlingera elatior Smith) é uma planta herbácea rizomatosa e perene, suas folhas dispostas em dístico ou espiral. As inflorescências terminais são em forma de roseta, com abundante cerosidade e semelhantes a uma tocha, podendo ser vermelhas, rosadas ou raramente brancas, encerradas em hastes com 1,5 a 2,0 m que brotam diretamente dos rizomas, sendo completamente separadas das hastes vegetativas. Em folhas de plantas de cultivo experimental na Embrapa Amazônia Oriental, foram encontradas lesões necróticas irregulares, de coloração verde e aspecto encharcado, variando de 0,5 a 1 cm de diâmetro, posteriormente aumentando de tamanho e formando grandes áreas necróticas irregulares de coloração marrom (Fig. 1). Hifas do fungo, em forma de teia micélica contendo microesclerócios, cresciam sobre as lesões e estendiam-se rapidamente para os tecidos sadios. Para o isolamento, fragmentos do tecido lesionado contendo microesclerócios foram desinfestados e transferidos para BDA (batata-dextrose-ágar) para incubação. Após o período de cinco dias, foram observadas colônias com crescimento micelial abundante, de coloração castanha, com hifas espessas, multinucleadas e ramificadas em ângulo de 90º. Em 15 dias, as colônias apresentaram formação de microesclerócios. Tais características morfológicas permitiram caracterizar a espécie fúngica como Rhizoctonia solani Kuhn, cujo teleomorfo é Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk. Estudos efetuados por Kátia Nechet (Embrapa Roraima), envolvendo a coloração e contagem de núcleos e anastomose de hifas do isolado contra isolados-padrões, mostraram que o mesmo é multinucleado e pertence ao grupo de anastomose AG1. O isolado foi, então, inoculado pela deposição de discos de micélio + meio de cultura em folhas sadias de bastão-do-imperador previamente feridas e mantidas em câmara úmida. Após quatro dias, as folhas inoculadas apresentaram sintomas idênticos aos encontrados no campo. Efetuou-se, assim, o reisolamento a partir das folhas inoculadas, confirmando a patogenicidade do fungo. Em Pernambuco, há informações que R. solani tem causado podridão de raízes e rizomas em bastão-do-imperador. Na Região Norte do Brasil há vários registros de ocorrência de R. solani afetando várias espécies de plantas. No Estado do Pará sobre feijão (Phaseolus vulgaris L.), seringueira (Hevea sp.), maracujá (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.), laranjeira (Citrus sp.), mogno africano (Khaya ivorensis A. Chev.), jambu (Sphilanthes oleracea L.), açaí (Euterpe oleracea L.), Acacia sp., maparajuba (Manilkara bidentada (AD.C.). A. Chev.) e capim braquiária (Braquiaria sp.). Este é o primeiro registro de Rhizoctonia solani causando doença em bastão-do-imperador no Estado do Pará.


Data de chegada: 14/05/2005

Aceito para publicação em: 11/12/2007

Autor para correspondência: Jaqueline Rosemeire Verzignassi. jaqueline@cnpgc.embrapa.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Nov 2008
  • Data do Fascículo
    Set 2008
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