RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVOS:
Analgesia pós-operatória eficaz é importante para reduzir a incidência de dor crônica. Este estudo avaliou o efeito da gabapentina pré-operatória na analgesia pós-operatória e na incidência de dor crônica em pacientes submetidos à cirurgia para tratamento da síndrome do túnel do carpo.
DESENHO E LOCAL:
Randomizado, duplo cego, Universidade Federal de São Paulo.
MÉTODOS:
Os 40 pacientes com 18 anos ou mais de idade foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: o Grupo Gabapentina recebeu 600 mg de gabapentina no pré-operatório uma hora antes da cirurgia, e o Grupo Controle recebeu placebo. Todos os pacientes receberam anestesia regional intravenosa com lidocaína a 1%. Midazolam foi utilizado para sedação, se necessário. Paracetamol foi administrado para analgesia pós-operatória, conforme necessário, e codeína, se o paracetamol fosse insuficiente. Foram avaliados: a intensidade da dor pós-operatória (durante seis meses), a incidência de dor neuropática pós-operatória (durante seis meses), a necessidade de sedação intra-operatória e o uso de paracetamol e codeína no pós-operatório. A presença de dor neuropática foi estabelecida utilizando-se o questionário DN4 (dor neuropática 4). Síndrome de dor regional complexa foi diagnosticada através do questionário Budapeste.
RESULTADOS:
Não foram observadas diferenças na necessidade de sedação, no controle da dor pós-operatória e na incidência de síndromes dolorosas crônicas (neuropáticas ou síndrome de dor regional complexa). Não foram observadas diferenças no consumo de paracetamol e codeína.
CONCLUSÕES:
Gabapentina pré-operatória (600 mg) não melhorou o controle da dor pós-operatória e não reduziu a incidência de dor crônica em pacientes submetidos à cirurgia para tratamento da síndrome do túnel do carpo.
PALAVRAS-CHAVE:
Dor pós-operatória; Dor crônica; Síndrome do túnel carpal; Neuralgia; Anestesia por condução.