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Há a necessidade de refazer muitos dos diagnósticos de hipertensão?

CONTEXTO E OBJETIVO: A maioria dos hipertensos em tratamento teve seu diagnóstico feito somente com medidas no consultório. O objetivo deste estudo é refazer o diagnóstico em pacientes tratados após novas medidas clínicas e monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal realizado em clínica de especialidade. MÉTODOS: Foram incluídos pacientes com hipertensão leve a moderada ou em tratamento anti-hipertensivo, sem lesões de órgão-alvo ou diabetes. Após suspensão do tratamento por duas a três semanas, novas medidas da pressão arterial (PA) foram feitas em duas visitas distintas. A MAPA foi feita às cegas em relação às medidas clínicas. Os limites pressóricos utilizados para o diagnóstico da hipertensão, hipertensão do avental branco, normotensão e hipertensão mascarada foram: 140 (sistólica) e 90 (diastólica) mmHg para as medidas de consultório e 135 (sistólica) e 85 (diastólica) mmHg para as médias de vigília da MAPA (MVM). RESULTADOS: Foram avaliados 101 indivíduos (70% mulheres), idade 51 ± 10 anos. PA clínica: 155 ± 18/97 ± 10 mmHg (primeira visita) e 150 ± 16/94 ± 11 mmHg (segunda visita), MVM de 137 ± 13/86 ± 10 mmHg. Sessenta e quatro (63%) pacientes foram confirmados como hipertensos, 28 (28%) como portadores de hipertensão do "avental branco", 9 (9%) como normotensos e nenhum como tendo hipertensão mascarada. Após a MAPA, 37% de presumíveis hipertensos não se enquadravam como tal. CONCLUSÃO: Este estudo revela um excesso de diagnósticos de hipertensão em hipertensos tratados. Novos procedimentos diagnósticos devem ser realizados após suspensão da medicação, com auxílio das monitorizações da PA.

Determinação da pressão arterial; Hipertensão; Técnicas de diagnóstico cardiovascular; Monitorização ambulatorial da pressão arterial; Cefaléia


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