CONTEXTO E OBJETIVO:
Há uma preocupação crescente com o entendimento de como as variáveis sociodemográficas podem interferir no funcionamento cognitivo, especialmente na linguagem. Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre o desempenho na Bateria Montreal-Toulouse de Avaliação da Linguagem, em sua versão brasileira (MTL-BR), e a escolaridade, a idade e a frequência de hábitos de leitura e escrita (FHLE).
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Estudo transversal conduzido em ambientes universitários e de trabalho do Rio Grande do Sul, Brasil.
MÉTODOS:
A Bateria MTL-BR foi administrada em um grupo de 233 adultos saudáveis, de 19 a 75 anos de idade (M = 45,04, desvio padrão, DP = 15,47), com no mínimo cinco anos de estudo formal (M = 11,47, DP = 4,77).
RESULTADOS:
O modelo de regressão linear múltipla (stepwise) mostrou que, para a maioria das tarefas, os anos de escolaridade, de idade e FHLE são melhores preditores de desempenho quando analisados em conjunto do que separadamente. Quando analisada isoladamente, a escolaridade foi o melhor preditor para o desempenho nas tarefas linguísticas, principalmente nas tarefas que envolvem habilidades de leitura e escrita.
CONCLUSÃO:
Os resultados mostraram que os anos de escolaridade, idade e FHLE parecem influenciar o desempenho na MTL-BR, principalmente a escolaridade. Esses dados são relevantes para a realização de diagnóstico mais preciso de pacientes que sofreram lesão cerebral a fim de evitar falsos positivos.
Testes de linguagem; Escolaridade; Fatores etários; Afasia; Adulto