CONTEXTO E OBJETIVO:
A ventilação mecânica não invasiva no período pós-operatório (PO) de ressecção pulmonar pode restaurar a capacidade residual funcional, melhorar a oxigenação e poupar os músculos inspiratórios. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da CPAP associada à fisioterapia comparada à fisioterapia unicamente após ressecção pulmonar.
ESTUDO E LOCAL:
Ensaio clínico randomizado aberto, realizado no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas.
MÉTODO:
Os atendimentos foram realizados nos PO imediato (POi), primeiro e segundo (PO1, PO2) dias, e a reavaliação na alta hospitalar. A CPAP foi aplicada durante duas horas e o ajuste pressórico estabelecido entre 7 e 8,5 cmH2O. Foram analisados índice de oxigenação (IO), escala de Borg e de dor, presença e perda aérea dos drenos torácicos.
RESULTADOS:
No grupo CPAP ocorreu aumento significativo do IO no POi (P = 0,024), comparado com o grupo fisioterapia respiratória. Houve redução significativa do IO no PO1 (P = 0,042) para o grupo fisioterapia respiratória, comparando-se à CPAP. A perda aérea foi significativamente maior para o grupo CPAP no POi e PO1 (0,001; 0,028), mas nos PO2 e no PO3 não houve diferença significativa entre os grupos. Foi verificada diferença significativa entre os grupos para a escala de Borg no POi (P < 0,001), porém para a escala de dor não foram verificadas diferenças significativas entre os grupos.
CONCLUSÃO:
A CPAP após ressecção pulmonar é segura e melhora a oxigenação sem aumentar a perda aérea pelos drenos. REGISTRO DE ENSAIO CLÍNICO: NCT01285648
Pressão positiva contínua nas vias aéreas; Cirurgia torácica; Complicações pós-operatórias; Fisioterapia; Toracotomia; Respiração com pressão positiva