CONTEXTO: Pacientes adultos com diagnóstico de leucemia mielóide aguda (LMA) obtém remissão completa (RC) com quimioterapia convencional em cerca de 55-85% dos casos, e a sua duração é de aproximadamente 12 meses. Cerca de 30% dos pacientes não atingem a RC. Para manter a RC e obter cura definitiva parece ser necessário intensificar o tratamento após a RC. No Brasil, há um pequeno número de artigos publicados a esse respeito. OBJETIVO: Descrever a experiência brasileira no tratamento de leucemia mielóide aguda "de novo" em jovens e adultos com idade inferior a 60 anos. TIPO DE ESTUDO: Análise retrospectiva. LOCAL: Hospital das Clínicas e Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas. PARTICIPANTES: Foram estudados, retrospectivamente, casos novos de LMA entre 1994 e 1998, com relação à resposta ao tratamento de quimioterapia, sobrevida global e sobrevivência livre de doença. RESULTADOS: Entraram no estudo 78 pacientes de LMA, incluindo 17 casos de leucemia promielocítica (LPM). A média de seguimento foi de 272 dias. A taxa de RC foi de 63,6% nos pacientes com LMA excluindo-se os pacientes com LPM, e 78% nos pacientes com LPM. A sobrevida livre de doença em 5 anos foi de 80% nos pacientes com LPM e 34% para os pacientes com LMA (P=0,01). A sobrevida global foi de 52% e 20,5% para os pacientes com LPM e LMA respectivamente (P=NS). Recidiva foi observada em 12/39 (30,7%) dos pacientes com LMA e 1/11 (9%) na LPM. CONCLUSÕES: Esses resultados são semelhantes aos encontrados na literatura, entretanto, o número de recidivas e a mortalidade mantém-se alta, recomendando-se pesquisa de estratégias mais agressivas para prevenir recidivas.
Leucemia mielóide aguda; Quimioterapia; Transplante de medula óssea; Sobrevida