RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO:
O pico de velocidade de crescimento (PVC) constitui importante evento maturacional durante a adolescência, afetando o tamanho do esqueleto. O objetivo do estudo foi comparar variáveis ósseas em adolescentes praticantes de diferentes modalidades esportivas, bem como identificar se diferenças nas variáveis ósseas atribuídas à prática esportiva são dependentes do estado da maturação somática.
DESENHO E LOCAL:
Estudo transversal, Universidade Estadual Paulista (UNESP).
MÉTODOS:
O estudo foi constituído por 93 adolescentes (12 a 16,5 anos), divididos em três grupos: grupo sem envolvimento esportivo (n = 42), futebol/basquete (n = 26) e natação (n = 25). A densidade e conteúdo mineral ósseo foram mensurados utilizando absortiometria de raio-x de dupla energia e a maturação somática foi estimada através do uso do PVC. Informações sobre volume de treinamento foram fornecidas pelos treinadores.
RESULTADOS:
Adolescentes com idade tardia no PVC apresentaram maiores valores de densidade mineral óssea em membros superiores (P = 0,018). Após ajustes por variáveis de confusão, como a maturação somática, os nadadores apresentaram menores valores de densidade mineral óssea em membros inferiores, coluna e corpo inteiro. Apenas a densidade mineral óssea de membros superiores foi similar entre os grupos. Existiu relação negativa entre conteúdo mineral ósseo de corpo inteiro e tempo de treino semanal (β: -1563.967; 95% intervalo de confiança, IC: -2916.484 a -211.450).
CONCLUSÃO:
As diferenças em variáveis ósseas atribuídas à prática esportiva ocorrem independentemente da maturação, enquanto elevada quantidade de treinamento em situações de hipogravidade parece estar relacionada com menor massa óssea em nadadores.
PALAVRAS-CHAVE:
Adolescente; Densidade óssea; Crescimento e desenvolvimento; Esportes; Puberdade