CONTEXTO AND OBJETIVO: Com o avanço científico e tecnológico ocorrido a partir dos anos 60, surgiu um crescente aumento do número de pesquisas científicas e uma inflação de co-autorias. Ao longo do tempo, observou-se que numerosas publicações mostravam autores ou co-autores cuja participação na pesquisa publicada havia sido mínima ou até mesmo inexistente. O objetivo deste trabalho é analisar, através da literatura, as situações de má-conduta em autoria: tipos, principais causas, conseqüências e normas éticas; e estabelecer propostas para que as publicações científicas apresentem um maior comprometimento ético. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Revisão narrativa realizada na Faculdade de Medicina de Itajubá, Minas Gerais, Brasil. MÉTODO: Análise de publicações sobre autoria, através das bases de dados Medline, Lilacs e SciELO. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Freqüentes tipos de má conduta são autoria "presenteada", fragmentação e duplicação em publicações. As causas que mais induzem a essas situações parecem ser a pressão exercida pela academia e o desejo de ascensão social e profissional. Esse viés na ciência, acrescido de outras formas de autoria antiética, continua até hoje, apesar dos critérios definidos pelo Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos, o Grupo de Vancouver. RECOMENDAÇÕES: São propostas várias ações juntoàs instituições de ensino, agências de fomento à pesquisa, órgãos reguladores e associações de classe, para que se institua uma política de avaliação que priorize a qualidade das publicações, bem como o estabelecimento de preceitos éticos em pesquisa e produção científica.
Autoria; Ética; Ciência; Má conduta científica; Publicações