CONTEXTO E OBJETIVO: Osteoporose é um importante problema de saúde pública. Embora a perda de massa óssea ocorra universalmente com a idade, a incidência de fraturas por fragilidade óssea varia largamente entre grupos raciais. O objetivo foi examinar a relação entre o consumo de cálcio, proteína e energia e a densidade mineral óssea (DMO) do colo do fêmur em uma população de homens brasileiros brancos e negros. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal, realizado em um hospital escola em São Paulo. MÉTODOS: Foram recrutados 277 homens voluntários, com 50 anos ou mais. DMO do colo do fêmur foi medida com um densitômetro de dupla emissão de raios-X. Os consumos de cálcio, proteína e energia foram avaliados pelo método de registro de três dias de consumo de alimentos. Foi analisada a relação entre DMO do colo do fêmur e os consumo de cálcio, proteína e energia, utilizando modelos de regressão linear múltipla, estratificados por raça branca e negra e ajustados por idade, altura, atividade física e escolaridade. RESULTADOS: DMO do colo do fêmur apresentou média semelhante nos dois grupos raciais (p = 0,538). Os consumos de proteína e energia não foram correlacionados com a DMO do colo do fêmur, tanto para os indivíduos da raça branca como da negra. Já o consumo de cálcio teve correlação forte e independente com a DMO do colo do fêmur nos homens negros (r parcial = 0,42). CONCLUSÃO: Concluímos que o consumo de cálcio foi um determinante da DMO do colo do fêmur destes homens negros brasileiros com idade maior ou igual a 50 anos, mas não para os homens brancos estudados.
Densidade mineral óssea; Inquéritos sobre dieta; Dieta; Homens; Relações raciais