RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO:
A carência de disponibilidade de antídotos nas salas de emergência é uma preocupação mundial. O objetivo foi avaliar a disponibilidade de antídotos usados no tratamento de pacientes intoxicados no município de Campinas (SP).
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Trata-se de estudo transversal de serviços de emergência de Campinas, realizado de 2010-2012.
MÉTODOS:
A disponibilidade, quantidade estocada, local de armazenamento e tempo de acesso a 26 tratamentos antidotais foi investigada. Nos hospitais, foi avaliada também a disponibilidade de pelo menos um tratamento complete para um adulto de 70 kg nas primeiras 24 horas da admissão, com base em recomendações de estoques e acesso contidas em duas diretrizes internacionais.
RESULTADOS:
14 dentre 17 serviços de emergência em funcionamento participaram do estudo, que incluiu serviços pré-hospitalares, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU, n = 1) e três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs, internação limitada até 24 horas), além de 10 hospitais com emergência. Seis antídotos (atropina, bicarbonate de sódio, diazepam, fitomenadiona, flumazenil e gluconate de cálcio) estavam estocados em todos os serviços, seguidos de 13 que também estocavam carvão ativado, naloxona, difenidramina ou biperideno. Nenhum serviço tinha estoque de todos os antídotos recomendados; somente o Centro de Controle de Intoxicações regional tinha estoque próximo ao perfil recomendado (22/26 opções terapêuticas). Os 10 hospitais tinham quase metade dos antídotos necessários para iniciar tratamento, mas somente um quarto dos antídotos estava em estoques suficientes para oferecer tratamento por 24 horas.
CONCLUSÃO:
O estoque de antídotos para atendimento de emergências toxicológicas no município de Campinas é incompleto e deve ser melhorado.
PALAVRAS-CHAVE:
Antídotes; Brasil; Envenenamento; Estoque estratégico; Serviços médicos de emergência