CONTEXTO E OBJETIVO:
Trombose arterial pode ocorrer em consequência de trombofilias hereditárias e de lipoproteína (a) [Lp (a)] e fibrinogênio aumentados. Nosso objetivo foi estudar a predominância de marcadores comuns da trombofilia em 85 casos consecutivos de trombose arterial.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Um estudo retrospectivo foi realizado sobre 85 pacientes jovens tratados consecutivamente no ambulatório ou admitidos por infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC) num hospital de cuidado terciário.
MÉTODOS:
Oitenta e cinco pacientes indianos (idade < 45 anos) que se apresentaram com AVC isquêmico (n = 48) ou infarto do miocárdio (n = 37) e 50 controles foram estudados para sete marcadores de trombofilia que incluíram antitrombina (AT), fator V, proteína C, proteína S, resistência ativada da proteína C (APC-R), fibrinogênio e Lp (a). Os ensaios funcionais da proteína C, proteína S, fator V e APC-R foram executados por métodos baseados em coagulação. A avaliação semiquantitativa do fibrinogênio foi feita pelo método de Clauss e a Lp(a) por imunoturbimetria. A análise estatística foi feita pelo software Epi Info 6.
RESULTADOS:
Trinta e três amostras (38.8%) foram positivas para um ou vários marcadores do trombofilia. As anomalias mais comuns foram Lp (a) (20%), fibrinogênio (17.6%) e APC-R (14.2%) elevados. Baixos níveis da proteína C, proteína S e AT foram detectados em 4.7%, 9.4% e 7% dos pacientes, respectivamente. Globalmente, os perfis dos fatores de risco foram: fumo (33%), antecedentes familiares positivos (15.3%), hiperlipidemia (7%), hipertensão, diabetes mellitus e obesidade (2.3% cada).
CONCLUSÕES:
Uma associação foi encontrada entre baixos níveis de proteína C, proteína S, AT e trombose arterial, mas somente os níveis de fibrinogênio elevado, tabagismo, história familiar positiva e hiperlipidemia assumiram significância estatística.
Trombofilia; Infarto do miocárdio; Acidente vascular cerebral; Fibrinogênio; Lipoproteína(a)