CONTEXTO E OBJETIVO:
Náusea e vômito são inconvenientes importantes para pacientes submetidos a quimioterapia. A despeito do tratamento preventivo padrão, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia (NVIQ) ocorrem em aproximadamente 50% dos pacientes. Na tentativa de otimizar este tratamento, avaliamos os possíveis efeitos da carbamazepina na prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Estudo fase II, prospectivo, não randomizado, aberto, realizado em um serviço público brasileiro de oncologia.
MÉTODOS:
Recrutaram-se continuamente pacientes alocados para o primeiro ciclo de quimioterapia altamente emetogênica. Além do protocolo anti-emético padrão disponibilizado, os pacientes receberam carbamazepina, por via oral, em doses escalonadas, a partir do terceiro dia anterior até o quinto dia após a quimioterapia. Dada a escassa evidência de eficácia dos anticonvulsivantes na prevenção de NVIQ, adotamos o desenho de Simon em duas fases, que deveria incluir 43 pacientes a não ser que prevenção completa global não fosse alcançada em 9 dos primeiros 15 participantes. O questionário "Functional Living Index-Emesis" foi usado para avaliar o impacto na qualidade da vida.
RESULTADOS:
Nenhum dos 10 pacientes (0%) apresentou prevenção completa global. Três tiveram a carbamazepina suspensa por sonolência e vômito antes da quimioterapia. Sete foram capazes de tomar a medicação por todo o período proposto e nenhum obteve resposta, sendo então interrompido o estudo. Não houve impacto na qualidade da vida.
CONCLUSÃO:
Carbamazepina não foi efetiva para prevenção de NVIQ e apresentou perfil deletério de efeitos adversos nesta população.
Antieméticos; Vômito; Náusea; Carbamazepina; prevenção & controle