CONTEXTO E OBJETIVO: No passado, alterações no ângulo de inclinação ântero-posterior do planalto tibial (AIAPPT), conhecido como "slope", não eram levadas em consideração no planejamento e avaliação das osteotomias, e o sucesso da osteotomia proximal tibial era relacionado ao grau de correção do ângulo femoro-tibial e ao alinhamento obtido. O objetivo foi mensurar a alteração no AIAPPT após a osteotomia proximal de abertura de cunha medial da tíbia e verificar o efeito da variação angular do AIAPPT sobre os resultados clínicos. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo de série de casos, realizado no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), Marília, São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Foram incluídos 28 pacientes, e um total de 31 joelhos. Foi mensurado o AIAPPT baseado no eixo anatômico proximal tibial na radiografia lateral da tíbia no pré e no pós-operatório. A avaliação clínica foi realizada através do escore de Lysholm para joelho. RESULTADOS: Houve um aumento do AIAPPT após a cirurgia em média de 2,38° (± 0,73°; intervalo de confiança, IC 95%). Não houve correlação (r = -0,28) entre os resultados obtidos pelo escore de Lysholm pós-operatório e a diferença do AIAPPT pós e pré-operatório (P = 0,13). CONCLUSÃO: A osteotomia valgizante da tíbia proximal com cunha de abertura medial levou a um pequeno aumento no AIAPPT. Não houve correlação entre o aumento do slope tibial e os resultados clínicos a curto prazo após a osteotomia proximal da tíbia. Outros estudos clínicos são necessários para comprovar se uma osteotomia de extensão ou de flexão pode trazer benefício ao paciente com artrose unicompartimental do joelho.
Joelho; Osteoartrite; Tíbia; Osteotomia; Radiografia