CONTEXTO E OBJETIVO
A aterogênese acelerada tem se tornado um grande problema nas doenças reumáticas inflamatórias. O objetivo foi analisar a espessura da camada íntima-média (ECIM) da carótida em pacientes com espondiloartrite (ES) e relacioná-la com parâmetros clínicos e marcadores inflamatórios.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL
Estudo transversal analítico no Ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba.
MÉTODOS
A ECIM (medida por Doppler) de 36 pacientes com ES foi comparada com controles. A ECIM de pacientes com ES foi associada com marcadores inflamatórios, como velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C-reativa (PCR), Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI), e com parâmetros clínicos, como envolvimento axial e periférico, dactilite, HLA B27, ocorrência de uveíte, Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index (BASFI) e perfil lipídico.
RESULTADOS
A ECIM média em pacientes com ES foi de 0,72 ± 0,21 mm, enquanto nos controles foi de 0,57 ± 0,13 mm (P = 0,0007). Não se encontrou associação com VHS, PCR, BASDAI e dados clínicos. Em análise univariada, maior ECIM foi encontrado nos indivíduos com maior duração de doença (P = 0,014; R Pearson = 0,40; 95% intervalo de confiança, IC = 0,06 to 0,65), aumento nos triglicerídeos (P = 0,02; R Spearman = 0,37; 95% IC = 0,03 to 0,64) e maior idade (P = 0,0014; R Pearson 0,51; 95% IC = 0,21 to 0,72).
CONCLUSÃO
Pacientes com ES têm maior grau de aterosclerose subclínica do que controles, dando suporte às evidências clínicas de aumento de risco cardiovascular em pacientes com doenças reumáticas.
Espondiloartropatias; Doenças das artérias carótidas; Inflamação; Aterosclerose; Espondilite anquilosante