CONTEXTO: Tubos traqueais com balonete de alta complacência são utilizados para prevenção de vazamento de gás e de aspiração pulmonar em pacientes submetidos à ventilação mecânica. Entretanto, o volume de insuflação habitual gera uma pressão do balonete que se transmite diretamente à parede traqueal e pode causar lesões. OBJETIVO: Testar a hipótese de que as pressões no balonete do tubo traqueal geralmente estão elevadas (acima de 40 cmH2O) na Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA) ou nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). TIPO DE ESTUDO: Estudo de seção transversal. LOCAL: Sala de recuperação pós-anestésica e unidade de terapia intensiva. PARTICIPANTES: Medimos a pressão no balonete do tubo traqueal em 85 pacientes adultos, sendo: G1 (n=31) pacientes da UTI; G2 (n=32) pacientes da SRPA, após anestesia com óxido nitroso; G3 (n=2) pacientes da SRPA, após anestesia sem óxido nitroso. A pressão no balonete foi medida utilizando-se um manômetro (Mallinkrodt, USA). Quando necessário, retirou-se gás para ajustar a pressão no balonete até 30 cmH2O. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Pressão do balonete do tubo traqueal. RESULTADOS: Foram observadas pressões elevadas no balonete do tubo traqueal em 90,6% dos pacientes de G2, 54,8% de G1 e 45,4% de G3 (P < 0,001). CONCLUSÕES: As pressões no balonete do tubo traqueal na UTI e na SRPA estão elevadas rotineiramente e são significativamente mais altas quando se utiliza óxido nitroso. A pressão no balonete do tubo traqueal deve ser medida rotineiramente para minimizar o trauma traqueal.
Tubo traqueal; Pressão do balonete; Óxido nitroso