CONTEXTO E OBJETIVO: O crescimento rápido da população idosa no Brasil implicou no aumento significativo do número de indivíduos com demência. A prevalência real da doença deve ser constatada a fim de que se possam estabelecer medidas apropriadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de demência entre a população brasileira idosa (> 60 anos) através da revisão sistemática de estudos populacionais, duplo-cegos, de alta qualidade, publicados entre 1990 e 2010. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Revisão sistemática de estudos de prevalência. O manuscrito foi realizado na Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília. MÉTODOS: Os artigos foram pesquisados nos bancos de dados Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), Embase (Excerpta Medica database), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e de teses e dissertaç ões, usando-se palavras-chave específicas. A qualidade foi avaliada de acordo com oito critérios relacionados à amostragem e à mensuração dos achados. RESULTADOS: Dentre os 112 artigos identificados, 11 foram incluídos na síntese qualitativa. Em cinco estudos de melhor qualidade realizados em São Paulo, a taxa de prevalência variou de 5,1% a 19,0%. A metanálise não foi realizada devido à heterogeneidade entre os estudos. Pobres, analfabetos, mulheres e pessoas de idade avançada foram os grupos mais afetados. CONCLUSÃO: Os achados desta revisão não refletem a realidade de todo o país. Embora os resultados mostrem informaç ões sobre a prevalência e a distribuição da demência no Brasil, estudos transversais com metodologia consistente precisam ser realizados
Idoso; Transtornos da memória; Idoso fragilizado; Memória; Demência; Prevalência
