CONTEXTO: Obstruções da carótida comum são pouco freqüentes, e as indicações e técnicas de tratamento cirúrgico são motivo de controvérsia. OBJETIVO: Apresentar a aplicabilidade da endarterectomia retrógrada da carótida comum com anel. TIPO DE ESTUDO: Estudo retrospectivo de relato de casos. LOCAL: Hospital de cuidados terciários privado da cidade de São Paulo. PARTICIPANTES: Três doentes operados para endarterectomia retrógrada da carótida comum com anel. As idades foram 81, 68 e 65 anos, todos hipertensos com aterosclerose generalizada, dois diabéticos, um com antecedentes de revascularização do miocárdio e insuficiência renal não-dialítica. Dois apresentavam sintomas compatíveis com isquemia cerebral. As obstruções arteriais se estendiam da origem à bifurcação da carótida comum nos três casos, localizadas na carótida direita em dois casos e acompanhadas de obstrução total da carótida interna em dois casos. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Mortalidade imediata, número de acidentes vasculares cerebrais isquêmicos imediatos e função da restauração arterial a médio e longo prazos. RESULTADOS: Não houve óbitos, um doente apresentou ataque isquêmico transitório no período pós-operatório imediato e todas as restaurações arteriais estão pérvias após segmentos de oito meses, quatro anos e sete anos. CONCLUSÃO: Mortalidade é baixa, pode ser feito por meio de apenas uma incisão cervical, obstruções concomitantes da bifurcação e da carótida comum podem ser tratadas simultaneamente, pode ser empregada em oclusões totais longas da carótida comum e a durabilidade é longa.
Artéria carótida; Artérias; Aterosclerose; Endarterectomia; Doença cérebro-vascular