Antipsicóticos típicos apresentam alta afinidade pelos receptores dopaminérgicos, que são, portanto, regiões de interesse para os estudos de farmacogenética das psicoses. No presente estudo, investigamos a hipótese de que o polimorfismo Ser9Gly do gene do DRD3 possa exercer um papel na diferença de resposta inter-individual ao uso de antipsicóticos típicos em pacientes com esquizofrenia. Nossa amostra foi composta por 53 pacientes bons respondedores e 59 maus respondedores. Não houve diferenças nas distribuições alélicas (bons respondedores: Ser9 61,32%, Gly9 38,67%; maus respondedores: Ser9 64,40%, Gly9 35,59%; odds ratio, OR = 0,88, 0,49 < OR < 1,56; chi2 = 0,23, 1 degree of freedom, d.f., p = 0,63) e genotípica (bons respondedores: Ser9/Ser9 37,73%, Ser9/Gly9 47,16%, Gly9/Gly9 15,09%; maus repondedores: Ser9/Ser9 42,37%, Ser9/Gly9 44,06%, Gly9/Gly9 13,55%; chi2 = 0,25, 2 d.f., p = 0,88) entre os grupos. Não houve também associação com homozigosidade (bons respondedores: homozigotos: 52,82%, heterozigotos: 47,16%; maus repondedores: homozigotos: 55,92%, heterozigotos: 44,06%; odds ratio, OR = 0,88, 0,39 < OR < 1,99); chi2 = 0,11, 1 d.f., p = 0,74). Os resultados não dão suporte à hipótese de que o polimorfismo Ser9Gly do gene do DRD3 possa influenciar a resposta terapêutica aos antipsicóticos típicos na nossa amostra de pacientes com esquizofrenia.
Farmacogenética; Dopamina; Associação; Polimorfismo genético; Esquizofrenia