CONTEXTO: A endometriose caracteriza-se pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, e a etiopatogenia ainda apresenta controvérsias. O objetivo desta publicação é apresentar e discutir, após revisão da literatura, um raro caso de endometriose intestinal na pós-menopausa que simulava uma lesão maligna. RELATO DE CASO: Mulher de 74 anos apresentou-se com queixas de hematoquezia e tenesmo há dois meses. Relatou também aparecimento de fezes líquidas e dor pélvica no mesmo período, negando outras queixas gastrointestinais ou ginecológicas. Como antecedentes de interesse, revelou que era menopausada há 22 anos, sem terapia de reposição hormonal e realizou uma pan-histerectomia há três anos por espessamento endometrial e cisto anexial direito. Há cinco meses foi submetida a laparotomia exploradora por abdome agudo obstrutivo, com o achado de uma massa tumoral envolvendo alças de delgado. O exame anatomopatológico da enterectomia sugeriu a hipótese de endometriose intestinal. O exame proctológico era normal. A tomografia computadorizada da pelve mostrou um espessamento da transição retossigmóide e a colonoscopia, uma tumoração friável e estenosante no reto alto. A biópsia da lesão revelou fragmentos de mucosa tipo endometrial, que motivou a revisão do anatomopatológico anterior. A paciente foi submetida a retossigmoidectomia abdominal com transversostomia protetora, tendo boa evolução no pós-operatório. O anatomopatológico confirmou endometriose intestinal. Evoluiu com recidiva estenosante da lesão e pemanece colostomizada desde então.
Intestinos; Endometriose; Cirurgia; Diagnóstico; Pós-menopausa