CONTEXTO: Complicações do diabetes mellitus que afetam os membros inferiores ocorrem em 40 a 70% dos pacientes. A neuropatia é a principal causa de ulceração e pode estar associada com problemas vasculares. A ferida evolui com necrose e infecção, e se não for corretamente tratada poderá terminar em amputação. O tratamento cirúrgico é preferido em feridas complexas, quando não há cicatrização espontânea. Após desbridamento cirúrgico do tecido necrótico do leito da ferida este precisa ser preparado para receber um transplante, seja um enxerto ou um retalho. Curativos podem ser usados para o preparo do leito da ferida, mas frequentemente levam a um longo tempo de hospitalização. A pressão negativa usada através de um sistema vácuo foi proposta para acelerar o tempo de tratamento. O presente trabalho teve como finalidade analisar os efeitos desta terapia no preparo do leito de feridas em pacientes diabéticos. SÉRIE DE CASOS: Oitenta e quatro pacientes diabéticos com feridas em membros inferiores foram estudados. Um sistema vácuo de uso comercial foi utilizado em todos os pacientes após adequado desbridamento de tecidos necróticos. Em 65 pacientes enxertos de pele completaram o tratamento e em outros 19 retalhos cutâneos. O preparo do leito da ferida foi conseguido, em média, em 7,51 dias em 65 pacientes, em 10 dias para 12 pacientes e em somente um caso não foi efetivo. CONCLUSÃO: A experiência sugere que a terapia por pressão negativa possa ter um papel importante no preparo do leito e como parte do tratamento de feridas nos membros inferiores de pacientes diabéticos.
Pé diabético; Transplante de pele Retalhos cirúrgicos; Tratamento de ferimentos com pressão negativa; Cicatrização de feridas