CONTEXTO E OBJETIVO:
A frequência de obesidade em idade precoce pode contribuir para a aterosclerose e doença cardiovascular (DCV) em adultos. Este estudo mediu a frequência de obesidade e fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos.
TIPO DE ESTUDO E LOCAL:
Estudo transversal em escola localizada numa região de baixa renda e baixo nível socioeconômico em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, Brasil.
MÉTODOS:
Um total de 175 alunos foi classificado pelo índice de massa corporal (IMC) e foram aferidas circunferência da cintura, pressão arterial, horas de sedentarismo e alimentação escolar. Realizaram-se dosagens séricas de glicemia de jejum, colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e lipoproteína de alta densidade (HDL-C).
RESULTADOS:
37,2% dos alunos tinham IMC acima do percentil 85 e apresentaram idade significativamente menor, prevalência mais alta de hipertensão, CT sérico, LDL-C e TG elevados e maior circunferência abdominal em comparação com aqueles com IMC abaixo do percentil 85. Observou-se hipertensão em 2,9% dos estudantes, 5,1% apresentavam tolerância à glicose diminuída, 40% tinham dois fatores de risco para aterosclerose, e 26,9% tinham três fatores de risco. O sedentarismo foi significativamente menor em indivíduos com IMC acima do percentil 85 e foi significativamente correlacionado com as concentrações séricas de CT e LDL-C. A merenda escolar estava hipoglicêmica, hiperproteica e hiperlipídica.
CONCLUSÃO:
Um terço das crianças e adolescentes avaliados tinham pesos iguais ou superiores ao peso ajustado à idade, e isso foi associado a maiores circunferência abdominal, hipertensão e prevalência de dislipidemia.
Obesidade; Fatores de risco; Estado nutricional; Doenças cardiovasculares; Lipídeos