Estudou-se soroprevalência anônima para Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV) e sífilis através de coleta de sangue de cordão umbilical de 5.815 parturientes, em hospitais de Campinas, SP, por um período de seis meses. Foram utilizados testes de ELISA e "Western blot" para diagnóstico de infecção pelo HIV, e VDRL e TPHA para Treponema pallidum. Mantendo-se o anonimato, colheram-se informações sobre hospital de origem, dividido em universitário (público) e privado, forma de pagamento (seguro social, seguro particular e pagamento direto), idade, situação marital, escolaridade, ocupação e cidade de procedência. A soroprevalência para HIV foi 0,42 percent e para sífilis foi 1,16 percent. Foi encontrada associação entre ambas, isto é, maior prevalência da primeira nas amostras positivas para lues (p=0,02). Após análise por regressão logística, apenas o hospital universitário mostrou-se associado à soropositividade para HIV, e a mesma variável e maiores idades se relacionaram à sífilis. Todas as reações positivas para HIV foram encontradas em hospitais universitários ou em pacientes cujos partos foram pagos pelo SUS em hospitais privados. Concluiu-se que a prevalência de infecção pelo HIV está se aproximando daquela encontrada através de sorologia para sífilis, afetando pacientes de camadas socioeconômicas menos favorecidas. Sugere-se considerar a indicação de sorologia rotineira e consentida para HIV no pré-natal, quando a população mostrar prevalência de infecção próxima ou maior que 1 percent.