CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA O ENSINO DE ADVOCACIA EM SAÚDE: PESQUISA METODOLÓGICA

RESUMO

Objetivo:

construir e validar tecnologia educacional para o ensino de advocacia em saúde para graduação em enfermagem, baseada na metodologia da problematização.

Método:

estudo metodológico, desenvolvido entre março e novembro de 2021, em universidade pública federal de Minas Gerais, Brasil, e contendo duas etapas: construção e validação de conteúdo e do rigor metodológico da tecnologia educacional. As validações foram realizadas por dois grupos de especialistas, sendo um grupo de expertise na temática de advocacia em saúde (dez juízes) e um grupo de expertise da metodologia da problematização (onze juízes). O banco de dados foi gerenciado com a aplicação dos critérios de seleção dos juízes-especialistas, controle e acompanhamento dos instrumentos de validação. Adotou-se cálculo do coeficiente de validade (>0,8) para a análise da validade.

Resultados:

A tecnologia educacional obteve um coeficiente de validade total de 0,883 na validação de conteúdo e 0,884 na validação do rigor metodológico, ambos acima do ponto de corte estabelecido. Houve apenas uma rodada de avaliação com os juízes especialistas devido à concordância entre os achados.

Conclusão:

A tecnologia educacional foi considerada válida no ensino da advocacia em saúde para graduação em enfermagem, e pode contribuir com intervenções educativas nesse âmbito em instituições de ensino superior. O desenvolvimento e a validação da tecnologia educacional corroboram a promoção do desenvolvimento técnico, científico e político da enfermagem ao propor estratégias de ensino na formação do enfermeiro para a consolidação da advocacia em saúde na prática de enfermagem.

DESCRITORES:
Advocacia em saúde; Competência profissional; Metodologia problematizadora; Pesquisa metodológica; Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

to build and validate educational technology for teaching health advocacy to undergraduate nursing students, based on the problematization methodology.

Method:

methodological study, developed between March and November 2021, at a federal public university in Minas Gerais, Brazil, and containing two stages: construction and validation of content and methodological rigor of educational technology. The validations were carried out by two expert groups: a group with expertise in health advocacy (ten judges) and a group with expertise in the problematization methodology (eleven judges). The database was managed by applying the criteria for selecting the expert judges, controlling and monitoring the validation instruments. The calculation of the validity coefficient (>0.8) was adopted for the validity analysis.

Results:

The educational technology obtained a total validity coefficient of 0.883 in content validation and 0.884 in methodological rigor validation, both above the established cut-off point. There was only one evaluation round with the expert judges due to the agreement between the findings.

Conclusion:

The educational technology was considered valid in teaching health advocacy to undergraduate nursing students and can contribute to educational interventions in this area in higher education institutions. The development and validation of the educational technology corroborates the promotion of the technical, scientific and political development of nursing by proposing teaching strategies in the training of nurses to consolidate health advocacy in nursing practice.

DESCRIPTORS:
Health advocacy; Professional skills; Problematizing methodology; Methodological research; Nursing

RESUMEN

Objetivo:

construir y validar tecnología educativa para la enseñanza de la abogacía en salud a estudiantes de graduación en enfermería, a partir de la metodología problematizadora.

Método:

estudio metodológico, desarrollado entre marzo y noviembre de 2021, en una universidad pública federal de Minas Gerais, Brasil, estructurado en dos etapas: construcción y validación de contenidos y rigor metodológico de la tecnología educativa. Las validaciones fueron realizadas por dos grupos de expertos, un grupo con experiencia en defensa de la salud (diez jueces) y otro con experiencia en metodología problematizadora (once jueces). La base de datos se gestionó aplicando los criterios de selección de jueces especializados, control y seguimiento de los instrumentos de validación. Se adoptó el cálculo del coeficiente de validez (>0,8) para el análisis de validez.

Resultados:

La tecnología educativa obtuvo un coeficiente de validez total de 0,883 en validación de contenido y 0,884 en validación de rigor metodológico, ambos por encima del punto de corte establecido. Solo se realizó una ronda de evaluación con jueces expertos debido a la concordancia entre los hallazgos.

Conclusión:

La tecnología educativa se consideró válida en la enseñanza de la promoción de la salud para estudiantes de graduación en enfermería y puede contribuir a las intervenciones educativas en esta área en las instituciones de educación superior. El desarrollo y validación de la tecnología educativa corrobora la promoción del desarrollo técnico, científico y político de la enfermería al proponer estrategias de enseñanza en la formación de enfermeros para consolidar la defensa de la salud en la práctica de enfermería.

DESCRIPTORES:
Promoción de la salud; Competencia profesional; Metodología problematizadora; Investigación metodológica; Enfermería

INTRODUÇÃO

A advocacia em saúde, definida como a defesa e a promoção dos direitos dos pacientes e a garantia de uma assistência equitativa e de qualidade1^,2, é um componente essencial na formação de enfermagem3. Globalmente, a integração da advocacia em saúde nos currículos de enfermagem é reconhecida como fundamental para preparar profissionais não só para a prática do cuidado, mas também como defensores dos pacientes, influenciadores de políticas de saúde e agentes de mudança social4^,5.

Evidenciam-se experiências do ensino da advocacia em saúde na formação em enfermagem, sobretudo no contexto internacional. Nos Estados Unidos, a proposição de currículo baseado em conceitos sobre determinantes sociais da saúde indica preparar os alunos para uma prática de enfermagem de alta qualidade e melhor defesa do paciente6. Em outra experiência curricular, indica que os educadores de enfermagem devem explorar currículos inovadores de defesa de políticas para preparar estudantes de enfermagem para abordar a equidade em saúde7. No que se refere a estratégias de ensino, nota-se intervenção de uma atividade de aprendizagem experiencial de advocacia legislativa8 e o emprego de simulação de situação de pobreza para a atuação da enfermagem9.

Na Arábia Saudita, identificou-se intervenção pedagógica baseada em dramatização, ao proporcionar experiência a cenários reais, enquanto desempenhavam papéis de defensores e formuladores de políticas10. Por fim, na Austrália, verifica-se a aplicação da simulação virtual interativa com uso de estudo de caso11.

No contexto da enfermagem brasileira, o termo muitas vezes é desconhecido para os profissionais, e o seu corpo de conhecimento para o campo não é identificado com facilidade1^,3. Adicionalmente, há a necessidade de se ampliar a compreensão conceitual, visto que a advocacia em saúde exercida expressamente por enfermeiros apresenta características particulares1.

Diante do exposto, verifica-se que as experiências da abordagem da advocacia em saúde no ensino da enfermagem aproximam-se com estratégias de inserção na realidade social, mediadas por experiências concretas e como possibilidade de aproximação de decisores políticos e da mídia3.

À luz dessa problemática, uma possível resposta para a formação da competência advocacia em saúde é o referencial teórico e metodológico da problematização pelo método do Arco. O método do Arco de Maguerez foi proposto por Charlez Maguerez e aplicado e explicado pela primeira vez na literatura brasileira por Bordenave e Pereira em 1977, sendo bastante utilizado nos cursos da área da saúde e no ensino superior12.

Neste estudo, identificou-se a proposta de estratégia de ensino como uma Tecnologia Educacional (TE). Assim como a relevância do desenvolvimento e da construção das TE, torna-se pertinente o processo de sua validação13.

O conceito de validade no âmbito das TE pode ser abordado como sendo o grau em que essas se mostram apropriadas para mediar o que supostamente deveriam mediar. Assim, quando se submete uma TE ao procedimento de validação, objetiva-se validar o propósito pelo qual será usada13. No caso desse estudo, especificamente, pretende-se validar se a TE baseada na metodologia da problematização abarca o conteúdo pertinente para o ensino da advocacia em saúde para enfermeiros, bem como se apresenta os aspectos que caracterizam a metodologia da problematização.

A presente pesquisa justifica-se pela insuficiência de estudos no campo científico que apontem a construção e a validação de TE para o ensino da advocacia em saúde na formação em enfermagem. Percebe-se, ainda, a necessidade de ferramentas e de métodos educacionais mais abrangentes para preparar adequadamente os enfermeiros para funções de defesa de direitos em ambientes de saúde3^,14. Espera-se, portanto, que os resultados sejam úteis para o desenvolvimento de competências profissionais para a defesa do direito do paciente, para o enfrentamento das inequidades sociais e para o fortalecimento de iniciativas para agenda global.

Deste modo, visou-se construir e validar tecnologia educacional para o ensino de advocacia em saúde para graduação em enfermagem, baseada na metodologia da problematização.

MÉTODO

Trata-se de desenho de pesquisa metodológica, de abordagem quantitativa, desenvolvido de março a novembro de 2021, em duas etapas: 1 - desenvolvimento, produção e construção da TE, que se refere à fase de procedimento teórico e construção da tecnologia educativa; e 2 - validação da TE, que compreende a validação de conteúdo e o rigor metodológico. O processo de construção e validação da TE foi sistematizado de acordo com o modelo proposto por Pasquali15.

Quanto à fase de construção da TE, essa foi realizada de março a setembro de 2021 em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, com o estabelecimento da estrutura conceitual, definição dos objetivos e do público-alvo.

Nesta perspectiva, a TE apresenta-se como um recurso educacional que não apenas transmite conhecimentos teóricos, mas também desenvolve habilidades e atitudes essenciais para a atuação na advocacia em saúde. Portanto, conta com o arcabouço conceitual da advocacia em saúde, das necessidades educacionais e o desenvolvimento de atividades didáticos problematizadoras, a partir das etapas propostas pelo Arco de Maguerez12 e dos achados de revisão de escopo sobre as estratégias de ensino para advocacia em saúde na formação de enfermagem3.

São cinco etapas propostas pelo Arco de Maguerez que se desenvolvem a partir de uma parcela da realidade e para ela retornam, a saber: a observação da realidade e a identificação do problema, os pontos-chave, a teorização, as hipóteses de solução e a aplicação à realidade12.

Dessa forma, os recursos humanos para a elaboração do conteúdo da TE contaram com a participação de duas enfermeiras autoras deste estudo. Destaca-se que uma é mestra em Enfermagem, com experiência na prática de enfermagem e estudiosa da temática de advocacia em saúde, e a outra docente doutora em enfermagem, com ampla produção científica na temática da educação e prática em enfermagem.

Em seguida, aplicou-se técnicas de validação de conteúdo e de rigor metodológico para assegurar sua eficácia e relevância. As fases de validação ocorreram entre outubro e novembro de 2021, por meio de formulários on-line enviados aos especialistas.

A validação de conteúdo objetivava avaliar a pertinência do conteúdo proposto para a abordagem da advocacia em saúde na formação de enfermagem. Os requisitos para a análise da pertinência do conteúdo foram adaptados a partir dos critérios anteriormente propostos na literatura15, que compreendem os critérios: comportamental; objetividade; simplicidade; clareza; relevância; precisão; variedade; modalidade; tipicidade; credibilidade; amplitude e equilíbrio.

Ademais, entendeu-se o rigor metodológico como a presença dos aspectos que caracterizam a metodologia da problematização na tecnologia educacional proposta. Inicialmente, o especialista deveria avaliar a tecnologia educacional como um todo, determinando sua abrangência e fases. Isto é, se cada fase do ciclo do arco de Maguerez foi adequadamente coberto pelo conjunto de atividades e técnicas de ensino propostas.

Para a condução do processo de validação da TE, foi adotada a composição de dois grupos de especialistas, sendo um grupo de expertise na temática de advocacia em saúde para proceder a validação de conteúdo da TE, e um grupo de expertise na aplicação da metodologia problematizadora para validar o rigor metodológico da TE.

Em seguida, com vistas a identificar os especialistas, consultas foram executadas, em setembro de 2021, no campo “busca por assunto” da Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Tal ferramenta permite o acesso ao perfil técnico e científico dos juízes especialistas (profissionais, docentes e pesquisadores).

Foram incluídos juízes que atingiram uma pontuação mínima de três pontos, seguindo os critérios de inclusão de curso superior na área da saúde ou educação, membro de curso de pesquisa e publicação e desenvolvimento de pesquisa que envolva a temática da advocacia em saúde ou metodologia problematizadora. A literatura apresenta controvérsias sobre o número mínimo de especialistas e a qualificação dos juízes. Neste estudo, para a seleção, adotou-se o quantitativo de cinco a dez juízes16.

Uma primeira busca foi realizada usando os descritores “advocacia em saúde”, identificando 68 currículos potenciais para compor a amostra dos juízes especialistas. Já outra busca, aplicando os descritores “metodologia problematizadora” e “arco de Marguerez”, identificou 297 currículos, conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1-
Amostra juízes especialistas. Belo Horizonte, MG, Brasil, 2021.

Ressalta-se que a amostra inicial do comitê de especialistas contou com o quantitativo de 38 juízes especialistas em advocacia em saúde e 96 juízes especialistas em metodologia da problematização.

A metodologia bola de neve, conhecida como amostragem de rede, também foi adotada na busca de especialistas. Assim, foi solicitado aos especialistas iniciais a indicação, caso tivessem interesse, de outros dois especialistas que atendessem aos critérios de elegibilidade para participar do estudo. Foram indicados 12 especialistas: destes, apenas um atingiu os critérios de inclusão, dois já faziam parte da amostra e o restante foi excluído.

Após a identificação e a seleção do grupo de juízes-especialistas, iniciou-se o processo de validação. Foi enviado um e-mail convite com a apresentação da pesquisa e de seus objetivos. Após o primeiro convite, com um prazo de uma semana aos juízes que não deram retorno, foram feitas mais duas tentativas. Aqueles que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) receberam uma cópia da proposta da tecnologia educativa, contendo os objetivos, público-alvo, desenho metodológico com base na metodologia problematizadora e os conteúdos a serem desenvolvidos.

Os instrumentos de coleta de dados foram construídos a partir da ferramenta eletrônica gratuita Google Forms, e foram compostos por três sessões: dados sociodemográficos, com garantia de seu anonimato; instruções sobre o processo de construção da TE e instruções de como realizar a validação, bem como o instrumento de validação; e questões gerais sobre a TE. Tais questões diziam respeito à sua capacidade de ser aplicada na graduação e/ou pós-graduação, em estrutura de curso ou disciplina; à natureza da disciplina, isto é, se poderia ser optativa ou obrigatória; à carga horária mínima, ou seja, em qual momento da graduação seria trabalhada; e à modalidade de ensino (presencial ou online).

Os critérios de validação nos instrumentos foram dispostos em uma escala do tipo Likert com pontuação de 1 a 4 a partir das opções “inadequado, parcialmente adequado, adequado e muito adequado”, respectivamente. Caso o especialista marcasse 1 ou 2, foi solicitado que justificasse sua resposta, uma vez que considerou “inadequado” ou “parcialmente adequado”.

Para análise dos 12 itens do instrumento de validação de conteúdo e os 16 itens do instrumento de validação do rigor metodológico, utilizou-se a técnica de validade de conteúdo, a partir do cálculo do coeficiente de validade de conteúdo (CVC)17, para cada item do instrumento (CVC_c) e para o instrumento como um todo (CVC_t).

A análise foi iniciada pela realização do cálculo do CVC com a condução de cinco etapas: (1) obtenção das médias das notas dos juízes (M _x ); (2) com base na média, calculou-se o CVC de cada item (CVC _i ) no qual se dividem as médias pelo valor máximo que a questão poderia receber; (3) calculou-se o erro (Pe _i ) ao dividir o valor 1 pelo número de juízes avaliadores, elevado pelo mesmo número de avaliadores; (4) então, o CVC final (CVC _c ) de cada item foi calculado subtraindo o CVC _i pelo Pe _i de cada item; (5) e, por fim, o cálculo do CVC _t total do instrumento foi obtido pela subtração da média dos coeficientes de validade de conteúdo (Mcvc _i ) dos itens do instrumento pela média dos erros dos itens (Mpe _i )17. Foi considerado válido o item que apresentou mais de 80% de concordância15^,16.

O desenvolvimento do estudo atendeu às normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos, e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais com o Parecer n. 4.961.564. A tecnologia educacional validada pode ser acessada no link: https://drive.google.com/drive/folders/1_Kk1rYtdQPc3Bq4IcuV92Xtt-mczVab-?usp=drive_link

RESULTADOS

Conforme apontado pela Figura 1, a amostra final do estudo foi composta por 21 juízes especialistas, sendo dez juízes do grupo de especialistas da temática da advocacia em saúde e onze juízes do grupo da metodologia problematizadora.

Procedimento teórico e construção da tecnologia educacional

Nessa fase, partiu-se da compreensão da Advocacia em Saúde enquanto competência requerida à Enfermagem. Essa etapa do estudo ainda contou com conclusão da revisão de escopo, a qual apontou o ensino da advocacia em saúde mediado por exposição teórica e estágio clínico supervisionado, simulação aprimorada por tecnologia, experiência clínica, aprendizagem experiencial, experiências sociais simuladas, criação de histórias digitais e pedagogia narrativa3.

Após a elaboração da TE, foi preciso aproximá-la da Metodologia da problematização pelo método do Arco, compreendendo seus princípios teóricos e filosóficos que a fundamentam. Essa metodologia ancora-se na opção pela educação libertadora, fundamentada na teoria e práticas críticas, considerando os pressupostos da criatividade e da reflexão sobre a realidade e no diálogo18.

Identificam-se na literatura três versões de explicação e uso para o Arco de Maguerez: 1) O Arco explicado por Charles Maguerez; 2) O Arco de Maguerez na segunda versão de explicação e uso (por Bordenave e Pereira, 1982); e 3) A Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e o terceiro exercício de explicação (por Berbel, 1995, 1996)12.

Em seguida, fez-se necessário delimitar os principais elementos didáticos estruturantes do instrumento educacional, que compreendeu a organização e o desenho da estrutura básica a ser desenvolvida. Sendo assim, essa estrutura didática consistiu em um orientador para a ação. Esse delineamento fundamentou-se no referencial teórico de estratégias de ensino de Bordenave e Pereira19 em aproximação à perspectiva teórica da metodologia da problematização.

Após a definição da dimensionalidade teórica, foram construídas as definições constitutivas do traço latente da definição de advocacia em saúde15. Então, depois de elaborar as definições constitutivas, essas foram trabalhadas em termos operacionais, delimitando os aspectos operacionais da prática de advocacia em saúde pelos enfermeiros, conforme podemos evidenciar no Quadro 1.

Quadro 1-
Itens do conteúdo da tecnologia educacional, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2021.

Dimensionalidade teórica	Definição constitutiva	Definições operacionais
Competência advocacia em saúde enquanto traço latente a ser desenvolvido na formação em enfermagem.	1 - Mas o que é advocacy? 1.1 Origem, conceito e dimensões da advocacia em saúde 1.2 Dimensões do direito humano à saúde 1.3 Diferença entre advocacy, ativismos e Lobby.	Origem, história, conceito e dimensões da advocacia em saúde. Diferença entre advocacy, ativismos e Lobby.
	2 - Advocacia em saúde como competência requerida ao enfermeiro 2.1 Advocacia em saúde enquanto competência	Por que advogar? Ações dos enfermeiros em diferentes contextos;
	3 - Estratégias e ações para advocacia em saúde 3.1 As dimensões da advocacia em saúde 3.2 Estratégias de advocacia em saúde: Advocacia do paciente; Advocacy Social; Políticas Públicas; Advocacy no poder legislativo, executivo e judiciário. 3.3 Mapeamentos de atores e arenas políticas.	Estratégias e ações para advocacia em saúde: Advocacia do paciente; Advocacy Social; Políticas Públicas; Advocacy no poder legislativo, executivo e judiciário. Aproximação/vivência em cenários de atuação do enfermeiro, enquanto espaços de atuação para advocacia em saúde. Adoção de parcerias e medidas de coalisão considerando a proposta de intervenção na realidade com base nas hipóteses de solução de problemas.

• Fonte: Adaptado de Pasquali¹⁵

De posse do modelo inicial da tecnologia educacional (Versão teste), contou-se ainda com o apoio e o suporte da equipe de pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Prática de Enfermagem (NUPEPE) da Escola de Enfermagem da UFMG para a avaliação do conteúdo e da escrita da tecnologia educacional, com vistas a identificar erros gramaticais e textuais, assim como garantir a concordância e a clareza das informações.

Considerou-se como público-alvo da TE os estudantes da graduação em enfermagem, com o intuito de ser um material de apoio ao ensino presencial e a distância, além de contribuir para a formação profissional sobre o tema. No entanto, espera-se que o curso também possa ser aplicado a enfermeiros para atualização sobre advocacia em saúde. Com o propósito de publicizar a estratégia de ensino objeto deste estudo, será apresentada na íntegra em acesso aberto.

Validade de conteúdo e rigor metodológico da tecnologia educacional

Participaram do estudo 21 juízes especialista, sendo dez juízes do grupo de especialistas da temática da advocacia em saúde e onze juízes do grupo da metodologia problematizadora.

O comitê de especialistas do “Grupo Advocacia em Saúde” apresentou tempo de formação diversificado, com 60% com mais de 18 anos de formação; percebe-se o predomínio da área de formação Enfermagem (80%). Ademais, 90% possuem atuação em advocacia em saúde, e um juiz não tem atuação em advocacia em saúde, mas tem experiência com a metodologia problematizadora (o que justificou sua inclusão).

Evidencia-se ainda que os juízes têm atuação em diferentes campos: ensino (n=7), pesquisa (n=6), prática profissional em saúde (n=4), formação de políticas públicas (n=3), organizações da sociedade civil (n=2) e um não se aplica. Não houve atuação dos pesquisadores em gestão.

Quanto à titulação, 60% do comitê de especialistas desse grupo apresenta formação máxima como doutor. Apesar de não ser o critério de inclusão para este grupo, evidencia-se que 80% dos juízes declaram ter experiência com a metodologia problematizadora, sendo o predomínio da experiência no nível de atuação da graduação de enfermagem (n=8) e pós-graduação de enfermagem (n=4).

Por sua vez, o comitê de especialistas do “Grupo Metodologia Problematizadora” apresenta tempo de formação ampliado, com 80% com mais de 30 anos de formação; há o predomínio da área de formação em saúde, especificamente em Enfermagem (n=7). Todos os juízes desse comitê têm experiência com a metodologia problematizadora, com atuação nos níveis de formação - graduação (n=11) e pós-graduação (n=7), em diferentes áreas do conhecimento - enfermagem (n=7); direito, psicologia, administração, gestão comercial e contabilidade (n=1); ensino de ciências (n=1); licenciatura em química e mestrado profissional e suas tecnologias (n=1); e odontologia (n=1).

Além disso, quanto à titulação, mais de 90% do comitê de especialistas desse grupo apresenta formação máxima como doutor e seguido de pós-doutorado. Observa-se o predomínio da formação básica em enfermagem (n=7).

Os dados dos instrumentos de validação apontaram que a TE “Estrutura didática para o ensino da advocacia em saúde baseado na metodologia problematizadora seguindo o esquema do arco de Maguerez” foi considerada válida nos dois comitês de juízes, obtendo um CVC total (CVC_t) de 0,883 na validação de conteúdo e CVC_t 0,884 na validação do rigor metodológico, ambos acima do ponto de corte estabelecido. Ressalta-se que houve apenas uma rodada de avaliação com os juízes especialistas. Após a leitura das sugestões, as quais foram plenamente acatadas, as modificações foram realizadas sem a necessidade de uma segunda rodada de avaliação.

Em relação à validade de conteúdo sobre a temática da advocacia em saúde da TE, observa-se na Tabela 1 que os 12 itens avaliados obtiveram concordância superior a 0,80. Neste contexto, propõe-se que os itens com um CVC_c abaixo do ponto de corte estabelecido sejam reformulados e encaminhados novamente para serem avaliados pelos juízes¹⁸. No entanto, esse procedimento não se fez necessário.

Tabela 1-
Cálculo do CVC para validação do conteúdo - Advocacia em saúde, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2021.

Item	Média (M x )	*CVC i	† Pe i	‡ CVC c
1.Comportamental	3,60	0,900	0,00	0,900
2.Objetividade	3,30	0,825	0,00	0,825
3.Simplicidade	3,50	0,875	0,00	0,875
4.Clareza	3,30	0,825	0,00	0,825
5.Relevância	3,60	0,900	0,00	0,900
6.Precisão	3,40	0,850	0,00	0,850
7.Variedade	3,60	0,900	0,00	0,900
8.Modalidade	3,60	0,900	0,00	0,900
9.Tipicidade	3,60	0,900	0,00	0,900
10.Credibilidade	3,80	0,950	0,00	0,950
11.Amplitude	3,50	0,875	0,00	0,875
12.Equilibrio	3,60	0,900	0,00	0,900
§ CVC t				0,883

• Nota: *CVCi: Coeficiente de validade de conteúdo de cada item do instrumento;
• ^†
  Pei: erro;
• ^‡
  CVCc: Coeficiente de validade de conteúdo final de cada item;
• ^§
  CVCt: Coeficiente de validade de conteúdo total do instrumento.

Tal aspecto se verifica na validação do rigor metodológico (Tabela 2) levantado pelos 16 itens do instrumento de validação, que atingiram o CVC_c acima do ponto de corte, sem a necessidade de nova rodada de validação entre os juízes.

Tabela 2-
Cálculo do CVC para validação do rigor metodológico, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2021.

Item	Média (M x )	*CVC i	† Pe i	‡ CVC c
1. Identificação e recorte da realidade	3,64	0,909	0,00	0,909
2. Aproximação à realidade	3,73	0,932	0,00	0,932
3. Compreender onde e como o tema está acontecendo	3,27	0,818	0,00	0,818
4. As orientações possibilitam a observação para a identificação do problema	3,36	0,841	0,00	0,841
5. Cenários de atuação possibilitam a observação da realidade	3,73	0,932	0,00	0,932
6. As orientações possibilitam o detalhamento do problema	3,36	0,841	0,00	0,841
7. As estratégias possibilitam o detalhamento do problema	3,55	0,886	0,00	0,886
8. As estratégias possibilitam identificar possíveis fatores associados ao problema e determinantes maiores do problema	3,64	0,909	0,00	0,909
9. Elege a forma de estudar cada ponto-chave	3,36	0,841	0,00	0,841
10. A estratégia de busca bibliográfica no ambiente virtual possibilita a coleta de informação	3,55	0,886	0,00	0,886
11. A estratégia de exposição dialogada possibilita a teorização dos pontos-chave	3,55	0,886	0,00	0,886
12. A estratégia de apoio instrucional auxilia na síntese dos conteúdos	3,55	0,886	0,00	0,886
13. As orientações possibilitam a elaboração das hipóteses de solução	3,45	0,864	0,00	0,864
14. As orientações estimulam a criatividade para encontrar ações novas	3,36	0,841	0,00	0,841
15. As orientações possibilitam o planejamento e a execução das ações na realidade	3,64	0,909	0,00	0,909
16. A elaboração de um plano de Advocacy possibilita a realização da intervenção na realidade	3,82	0,955	0,00	0,955
§ CVC t				0,884

• Nota: *CVCi: Coeficiente de validade de conteúdo de cada item do instrumento;
• ^†
  Pei: erro;
• ^‡
  CVCc: Coeficiente de validade de conteúdo final de cada item;
• ^§
  CVCt: Coeficiente de validade de conteúdo total do instrumento.

DISCUSSÃO

Os achados deste estudo apontam a relevância da construção e da validação de estratégias de ensino na formação em enfermagem para a qualidade da formação, bem como do desenvolvimento de habilidades críticas, tendo em vista as necessidades regionais e a promoção à aprendizagem contínua.

A validade de conteúdo e do rigor metodológico da tecnologia educacional proposta obteve parecer válido pelos especialistas, o que aponta a importância do campo da advocacia em saúde na formação do enfermeiro e, de igual modo, em outras profissões. A validação de tecnologia educacional na área da enfermagem é um processo crucial para garantir a eficácia e a segurança do uso dessas ferramentas no ambiente de aprendizagem13^-21. Destaca-se, no entanto, que a validação eficaz da tecnologia educacional deve ocorrer continuamente e que requer a colaboração entre desenvolvedores, educadores, profissionais de enfermagem e estudantes para garantir que a tecnologia atenda às necessidades educacionais e contribua para a formação de profissionais competentes e éticos na área da saúde22.

Desenvolver uma estratégia eficaz de ensino em advocacia em saúde demanda consideração cuidadosa dos objetivos de aprendizagem, do público-alvo e dos métodos de ensino. Os achados deste estudo apresentam-se inovadores e de ampla relevância na formação em enfermagem, e, de sobremaneira, no contexto nacional. Tal questão se dá pois reforça os limites conceituais e de desenvolvimento da advocacia em saúde na formação em enfermagem, como já evidenciados anteriormente23.

No que tange aos objetivos de aprendizagem e ao público-alvo, o processo de construção da TE para o ensino da advocacia em saúde baseou-se na definição clara do seu conceito para os estudantes. Neste passo, a definição de advocacia em saúde estruturada foi trabalhada em seus constituintes e em relação aos aspectos operacionais da prática15, traçando-se um paralelo com o referencial adotado. Acrescentou-se, ainda, a compreensão das leis de saúde, a ética profissional, os direitos do paciente, as regulamentações sanitárias e os agentes promotores da saúde, nos quais se incluiu a sociedade civil organizada, as entidades de classe e os movimentos sociais.

Logo, aproximou-se deste entendimento do escopo conceitual da advocacia em saúde, por compreender que a formação profissional, inclusive a da enfermagem, está imbricada nas atualizações no cenário de transformações globais em que incidem de certa medida, nos contextos educativos, laborais, políticos, econômicos e sociais23^-24. Portanto, incentiva-se a apropriação de tecnologias educacionais como instrumentos de suporte aos processos de formação, especialmente os que privilegiem temas sociais, políticos, econômicos, éticos e legais24 capazes de impulsionar um agir voltado à cidadania e alicerçado nos diferentes contextos de saúde, considerando a volatilidade e as mudanças no mundo.

Em relação aos métodos de ensino na formação em enfermagem, é preciso resgatar, aqui, os valores éticos e de justiça social, pressupostos básicos para o exercício da advocacia em saúde25 São evidentes os desafios diante de políticas, os currículos e os métodos de ensino-aprendizagem aplicados no campo da formação dos profissionais na área de saúde, a qual, tradicionalmente, tem sido baseada em métodos de ensino tradicionais, com um enfoque ainda predominantemente biologicista, curativo, médico-centrado e desarticulado das práticas em saúde4^,5^,25.

Assume vasta importância, nessa conjuntura, notabilizar a essência das disputas ontológicas e epistemológicas que circundam a enfermagem, já que, desde sua consolidação como profissão, assume e existe com base em um mandato social. No entanto, esses devem ser continuamente refletidos pela sociedade e pela profissão, o que significa que são desenvolvidas/alteradas paralelamente ao desenvolvimento da sociedade26^-27. Esse aspecto se aplica aos aspectos na prática da advocacia em saúde pela enfermagem, pois estão relacionados aos princípios éticos da profissão de enfermagem, como a proteção, a autonomia, o cuidado dos pacientes e a defesa da qualidade dos serviços de saúde28.

Para intensificar a participação da enfermagem na advocacia, torna-se necessário avaliar a competência dos líderes, implementar um currículo específico nas instituições de ensino e ampliar o engajamento em organizações profissionais de enfermagem28. Portanto, para que todos os profissionais de saúde, incluindo o(a)s enfermeira(o)s possam defender os pacientes de maneira mais eficaz, é essencial proporcionar um ensino em advocacia em saúde que seja mais consistente, abrangente e aplicável em seus programas acadêmicos, de modo a prepará-los melhor para advogar em favor de suas comunidades e da sua profissão8.

Uma crítica comum à pesquisa em tecnologia educacional é sua frequente falta de rigor metodológico e base teórica sólida. Muitos estudos concentram-se em aspectos práticos e de implementação, guiados por suposições intuitivas sobre o potencial da tecnologia, enquanto deixam de lado a aplicação de teorias que poderiam estruturar e orientar a investigação29.

Neste ínterim, torna-se imperativo discorrer e refletir a defesa da adoção de metodologias problematizadoras para o ensino de enfermagem, haja vista que se apresenta como possibilidade de “preparar o [...] ser humano para tomar consciência de seu mundo e atuar também intencionalmente para transformá-lo”18^:9^-10. Embasado em linhas teóricas construtivistas e problematizadoras, compreende-se que, apesar de alcançarmos a validação de conteúdo e o rigor metodológico da tecnologia educacional proposta, seu processo de aplicação está diretamente relacionado à relação professor-aluno, segundo um contexto cultural e social específico. Pode englobar, ainda, outros diferentes fatores do entorno da comunidade escolar e do processo de aprendizagem.

Portanto, destaca-se o cuidado e a preocupação ao sugerir a proposta da tecnologia educacional para o ensino da advocacia em saúde, a fim de evitar a armadilha de se embarcar em uma estrutura didática que se aproxima de uma pedagogia tradicional presente na primeira versão do arco, e que avance no fortalecimento das características de uma educação ou pedagogia renovada com traços de outras visões de mundo e de educação. Sendo assim, é preciso destacar o protagonismo do estudante durante todo o processo, incluindo uma ação de retorno à parcela da realidade tomada como foco do estudo15^,18.

A limitação do estudo está relacionada com a perspectiva do efeito d TE quanto ao ensino da advocacia em saúde direcionada ao seu público-alvo, isto é, estudantes de graduação em enfermagem. Finalmente, propõe-se futuras investigações com ampliação e diversidade de públicos.

CONCLUSÃO

Os resultados do estudo sobre a construção e a validação de uma tecnologia educacional para o ensino de advocacia em saúde estão alinhados com as práticas e as recomendações internacionais. A validação por especialistas e o uso da metodologia da problematização demonstram a robustez do estudo e a potencial eficácia da tecnologia desenvolvida. Esses achados contribuem significativamente para a formação de enfermeiros no Brasil, e podem servir de modelo para outras instituições de ensino a nível global.

A tecnologia educacional validada mostrou-se satisfatória para ser aplicada no processo de ensino aprendizagem na graduação de enfermagem. Portanto, pode contribuir para a promoção do desenvolvimento técnico, científico e político dos profissionais de enfermagem, uma vez que corrobora a implementação de estratégias de ensino na formação do enfermeiro e a consolidação da advocacia em saúde.

A importância percebida da advocacia em saúde como uma competência essencial na formação das profissões de saúde não é suficiente para o seu desenvolvimento e incorporação. Logo, recomenda-se a incorporação formal da advocacia em saúde nos currículos em termos de conteúdo explícito, resultados de aprendizagem específicos e critérios de avaliação associados.

REFERENCES

• 1. Farias OO, Fontenele MGM, Lima FET, Galvão MTG, Silva VM, Lopes MVO. Analysis of the health advocacy concept from the perspective of the evolutionary method. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2023 [cited 2024 Aug 18];57:e20230170. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2023-0170en.
  » https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2023-0170en.
• 2. Silva RN, Ferreira MA. Enhancing citizenship through nursing care in Brazil: Patients’ struggle against austerity policies. Nurs Inq [Internet]. 2020 [cited 2024 Aug 18];27:2. Available from: https://doi.org/10.1111/nin.12337
  » https://doi.org/10.1111/nin.12337
• 3. Gandra EC, Silva KL. Teaching strategies for health advocacy for undergraduate nursing students: A scoping review. Nurs Educ Perspect [Internet]. 2023 [cited 2024 Jul 31];44(2):92-7. Available from: https://doi.org/10.1097/01.NEP.0000000000001085
  » https://doi.org/10.1097/01.NEP.0000000000001085
• 4. Scott SM, Scott PA. Nursing, advocacy and public policy. Nursing Ethics [Internet]. 2021 [cited 2024 Jul 31];28(5):723-33. Available from: https://doi.org/10.1177/0969733020961823
  » https://doi.org/10.1177/0969733020961823
• 5. Shahzad S, Younas A, Ali P. Social justice education in nursing: An integrative review of teaching and learning approaches and students’ and educators’ experiences. Nurse Educ Today [Internet]. 2022 [cited 2024 Jul 31];110:105272. Available from: https://doi.org/10.1016/j.nedt.2022.105272
  » https://doi.org/10.1016/j.nedt.2022.105272
• 6. Porter K, Jackson G, Clark R, Waller M, Stanfill AG. Applying social determinants of health to nursing education using a concept-based approach. J Nurs Educ [Internet]. 2020 [cited 2024 Jun 04];59(5):293-6. Available from: https://doi.org/10.3928/01484834-20200422-12
  » https://doi.org/10.3928/01484834-20200422-12
• 7. Cropley S, Hughes M, Belcik K. Qualitative analysis of an integrated curricular strategy to develop health policy advocacy. Nurse Educ [Internet]. 2024 [cited 2024 Jun 04];10.1097. Available from: https://doi.org/10.1097/nne.0000000000001715
  » https://doi.org/10.1097/nne.0000000000001715
• 8. Nguyen E, Wagoner R, Healey P, Adams J, Seignemartin B. A Scoping Review of Legislative Advocacy Training in Healthcare Professional Education. J Hosp Health Care Admin [Internet]. 2022 [cited 2024 Jun 04];6:161. Available from: https://www.gavinpublishers.com/article/view/a-scoping-review-of-legislative-advocacy-training-in-healthcare-professional-education
  » https://www.gavinpublishers.com/article/view/a-scoping-review-of-legislative-advocacy-training-in-healthcare-professional-education
• 9. Holland T, Walter L, Langevin K, Bourgoin A, McKelvey M, Kirk C, et al. Nursing students’ experience of a poverty simulation and its impact on empathy and social justice awareness: A descriptive qualitative study. Creat Nurs [Internet]. 2024 [cited 2024 Jun 04];30(1):65-73. Available from: https://doi.org/10.1177/10784535241229143
  » https://doi.org/10.1177/10784535241229143
• 10. Al-Mubarak SH. Students as policymakers and policy advocates: Role-playing evidence-based health policies. Simul Gaming [Internet]. 2023 [cited 2024 Jun 04];54(1):45-67. Available from: https://doi.org/10.1177/10468781221143052
  » https://doi.org/10.1177/10468781221143052
• 11. Peddle M, Mckenna L, Bearman M, Nestel D. Development of non-technical skills through virtual patients for undergraduate nursing students: An exploratory study. Nurse Educ Today [Internet]. 2019 [cited 2024 Jun 04];73:94-101. Available from: https://doi.org/10.1016/j.nedt.2018.11.008
  » https://doi.org/10.1016/j.nedt.2018.11.008
• 12. Villardi ML, Cyrino EG, Berbel NA. A metodologia da problematização no ensino em saúde: suas etapas e possibilidades. In: A problematização em educação em saúde: percepções dos professores tutores e alunos [Internet]. São Paulo: Editora UNESP; 2015 [cited 2024 Jun 04];p.45-52. Available from: https://doi.org/10.7476/9788579836626
  » https://doi.org/10.7476/9788579836626
• 13. Elangovan N, Sundaravel E. Method of preparing a document for survey instrument validation by experts. MethodsX [Internet]. 2021 [cited 2024 Aug 31];8:101326. Available from: https://doi.org/10.1016/j.mex.2021.101326
  » https://doi.org/10.1016/j.mex.2021.101326
• 14. Heck LO, Carrara BS, Ventura CAA. Nursing and health advocacy: Development process of an educational manual. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2022 [cited 2024 Aug 31];31:20210364. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2021-0364en
  » https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2021-0364en
• 15. Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed; 2010.
• 16. Coluci MZO, Alexandre NMC, Milani D. Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Cien Saude Colet [Internet]. 2015 [cited 2024 Aug 31];20(3):925-36. Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.04332013
  » https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.04332013
• 17. Hernández-Nieto RA. Contributions to Statistical Analysis. Mérida: Universidad de Los Andes; 2002.
• 18. Freire, P. Pedagogia do oprimido. 63rd ed. São Paulo: Paz e Terra; 2017.
• 19. Bordenave JD, Pereira AM. Estratégias de ensino aprendizagem. 33rd ed. Petrópolis: Vozes; 2014.
• 20. Barbosa ML, Atanasio LLM, Medeiros SG, Saraiva COPO, Santos VEP. Evolution of nursing teaching in the use of education technology: A scoping review. Rev Bras Enferm [Internet]. 2021[cited 2024 Aug 31];74 Suppl 5:e20200422. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0422
  » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0422
• 21. Nietsche EA. Tecnologias educacionais, assistenciais e gerenciais: uma reflexão a partir da concepção dos docentes de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem [Internet]. 2005 [cited 2024 Jun 04];13:344-53. Available from: https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000300009
  » https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000300009
• 22. Gandra EC, Silva KL. Advocacy for health promotion: Meanings and approaches in the training of nurses. REME [Internet]. 2019 [cited 2024 Jun 04];23. Available from: https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190095.
  » https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190095.
• 23. Frota MA, Wermelinger MC de MW, Vieira LJES, Ximenes Neto FRG, Queiroz RSM, Amorim RF. Mapeando a formação do enfermeiro no Brasil: desafios para atuação em cenários complexos e globalizados. Cien Saude Colet [Internet]. 2020 [cited 2024 Jun 04];25(1):25-35. Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232020251.27672019.
  » https://doi.org/10.1590/1413-81232020251.27672019.
• 24. Mohammadi N, Dorri S, Abedi A. Nursing education in the path of globalization: Promotion or challenge? J Educ Health Promot [Internet]. 2020 [cited 2024 Jun 04];9(1):269. Available from: https://doi.org/10.4103/jehp.jehp_775_19
  » https://doi.org/10.4103/jehp.jehp_775_19
• 25. Bezerra KL, Macêdo MEC. A Metodologia Ativa na Formação Profissional de Acadêmicos da Área da Saúde / The Active Methodology in the Professional Training of Health Academics. ID Line Rev Psicol [Internet]. 2020 [cited 2024 Jun 04];14(53):408-21. Available from: https://doi.org/10.14295/idonline.v14i53.2794
  » https://doi.org/10.14295/idonline.v14i53.2794
• 26. Welch S. Caring and esthetics: An argument for a nursing ontology and epistemology. Int J Hum Caring [Internet]. 2020 [cited 2024 Jun 04];24(3):196-201. Available from: https://doi.org/10.20467/humancaring-d-19-00062
  » https://doi.org/10.20467/humancaring-d-19-00062
• 27. Heck LO, Carrara BS, Mendes IAC, Arena Ventura CA. Nursing and advocacy in health: An integrative review. Nurs Ethics [Internet]. 2022 [cited 2024 Jun 04];29(4):1014-34. Available from: https://doi.org/10.1177/09697330211062981
  » https://doi.org/10.1177/09697330211062981
• 28. O’Hanlon Curry J, Duffy EG. Nursing advocacy. Nurse Lead [Internet]. 2023 [cited 2024 Jun 04];21(1):99-101. Available from: https://doi.org/10.1016/j.mnl.2022.11.010
  » https://doi.org/10.1016/j.mnl.2022.11.010
• 29. Hew KF, Lan M, Tang Y, Jia C, Lo CK. Where is the “theory” within the field of educational technology research? Br J Educ Technol [Internet]. 2019 [cited 2024 Jun 04];50(3):956-71. Available from: https://doi.org/10.1111/bjet.12770
  » https://doi.org/10.1111/bjet.12770

NOTAS

• ORIGEM DO ARTIGO

  Extraído da tese - “Efeitos da metodologia da problematização no desenvolvimento da competência advocacia em saúde na formação do enfermeiro: um estudo experimental”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2023.

• APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

  Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, parecer n.º 4.961.564, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CAAE n.º47473421.0.0000.5149.

Editado por

EDITORES

Editores Associados: José Luís Guedes dos Santos, Maria Lígia Bellaguarda.

Editor-chefe: Elisiane Lorenzini.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  04 Nov 2024
• Data do Fascículo
  2024

Histórico

• Recebido
  04 Abr 2024
• Aceito
  21 Ago 2024