Autores proeminentes da enfermagem, como Patrícia Benner, têm influenciado a crescente tendência de conceituar ética como uma forma de conhecimento contextual embutido na expertise de enfermagem. Será discutido aqui que mais do que revelar um manifesto da verdade moral, a idéia de ética como expertise constitui a prática de enfermagem como um empenho moral e a enfermeira como uma profissional que tenha adquirido uma conduta moral peculiar. De fato, acontecerá que a enfermeira expert como categoria moral e ética, é resultado da elaboração de prestigiosos discursos humanísticos na formação educacional e profissional de enfermeiras. Estes discursos agem sobre as enfermeiras de forma individual e são desempenhados através da sua participação em exercícios éticos específicos, que resultam na constituição de uma subjetividade desejada. De suma importância aqui é a adoção difundida na pedagogia de enfermagem e na literatura profissional, de perspectivas fenomenológicas sobre o corpo da enfermagem e sua prática. Este artigo explora tanto as origens intelectuais como as implicações contemporâneas desta tendência para enfermeiras assistenciais.
Ética; Prática profissional; Moral; Enfermagem