RESUMO
Objetivo:
compreender o significado e a dimensionalidade do estado do conforto, na perspectiva do doente renal crônico hemodialítico.
Método:
estudo qualitativo, com 30 pacientes de uma clínica de hemodiálise, de maio a junho de 2018. Utilizou-se da entrevista semiestruturada com perguntas norteadoras. Dados analisados segundo o método de análise de conteúdo de Bardin, sustentados pelo referencial teórico de Kolcaba.
Resultados:
emergiram cinco subcategorias para o estar e sentir-se confortável: bem-estar psíquico, ambiente tranquilo, boa qualidade no atendimento, sem alterações de saúde e redução na frequência/duração da hemodiálise. No tocante à dimensionalidade para o alcance do conforto, verificaram-se três subcategorias, conforme os estados adotados. Em relação à dimensionalidade, o alívio é alcançado quando o paciente é desligado da máquina, não comparece a alguma sessão ou não apresenta manifestações clínicas de intercorrências hemodialíticas. Na calma, desconfortos visíveis atrelados à alteração da rotina; abandono das atividades laborais; dificuldades financeiras e suporte familiar deficiente; e questões psicoespirituais que enfraquecem no dia a dia, tornando-os vulneráveis a desconfortos. Na transcendência, a ausência de sintomas, apego à religião, fé ou espiritualidade e resiliência à nova rotina figuraram como índices. Os estados não agem individualmente, estão relacionados às experiências dos contextos.
Conclusão:
o conforto tem significado de alívio do desconforto; estado de ter atendido às necessidades humanas básicas; bem-estar mental e físico; conforto físico, mental e ambiental; e estado final das ações terapêuticas de enfermagem, que perpassam pelos contextos e estados de alívio, calma e transcendência. Esses elementos se combinam entre si para gerar respostas singulares.
DESCRITORES:
Enfermagem; Conforto do paciente; Insuficiência renal crônica; Teoria de enfermagem; Filosofia em enfermagem; Pesquisa em enfermagem