RESUMO
Objetivos: descrever procedimentos potencialmente dolorosos realizados em neonatos e sua relação com as estratégias de alívio da dor.
Método: estudo longitudinal correlacional, realizado entre outubro e dezembro de 2014, com 50 neonatos internados em unidades neonatais de uma maternidade pública, Minas Gerais (Brasil). Foram analisados procedimentos ocorridos nas duas primeiras semanas de vida de neonatos admitidos com até três horas de vida, nascidos na maternidade na qual o estudo foi desenvolvido. Os dados foram submetidos a análises descritivas, comparativas e correlacionais por meio do software Statistical Package for the Social Sciences, adotando-se nível de significância de 5%.
Resultados: a maioria dos neonatos era do sexo masculino (n=32; 64%), prematuros (n=34; 69,4%) e hospitalizados por apresentarem acometimentos respiratórios (n=45; 91,8%). Foram registrados 894 procedimentos dolorosos e 2883 potencialmente dolorosos relacionados ao cotidiano assistencial. As estratégias não farmacológicas de alívio da dor foram empregadas em 49 (98%) neonatos, enquanto as farmacológicas em nove (18%). Análises correlacionais revelaram a dificuldade de manejo do tratamento medicamentoso e a subutilização de estratégias não farmacológicas como adjuvantes de procedimentos de dor intensa.
Conclusão: os neonatos foram submetidos a muitos procedimentos potencialmente dolorosos, e constatou-se a subutilização de métodos de alívio da dor e a necessidade de capacitações acerca da avaliação e tratamento da dor, a fim de tornar estas práticas parte do processo assistencial.
DESCRITORES: Neonatologia; Manejo da dor; Dor aguda; Recém-nascido; Enfermagem neonatal; Estresse fisiológico