O artigo propõe pensar o corpo de conhecimentos dos cuidados paliativos como uma invenção, que funcionaria como uma das táticas inseridas em uma estratégia biopolítica constituída para defender a sociedade. Para articular tal discussão, utilizamos o manual de cuidados paliativos, publicado no ano de 2007 pela Organização Mundial da Saúde. A partir da análise textual do discurso instituído pelo manual, com o auxílio do referencial dos Estudos Culturais e sob a inspiração dos escritos de Michel Foucault, articulamos uma das possíveis leituras do guia. A partir do entrecruzamento de materialidades e enunciados, observa-se a (re)organização e a (re)invenção de uma disciplina que investe na subjetividade dos indivíduos constituindo aparatos de verdade pretendendo defender a vida.
Política de saúde; Cuidados paliativos; Educação; Governo; Enfermagem