Em estudos epidemiológicos, acessos desiguais para o cuidado ao câncer de mama alinham-se a outras variáveis como salário, idade, educação, etnia e local de moradia. Estas variáveis correspondem aos padrões estruturais de vantagens e desvantagens, as quais por sua vez podem restringir ou facilitar o tempo de acesso ao cuidado. A proposta deste estudo foi entender a complexidade da trajetória das mulheres para o diagnóstico. Trinta e cinco mulheres de diversos meios e que tinham sintomas clinicamente identificados no momento do diagnóstico, participaram de entrevistas semi-estruturadas. Os dados foram analisados utilizando-se estratégias de indução, comparação e abdução. Todas as participantes descreveram uma variedade de atividades envolvidas na busca do cuidado para o câncer de mama. Os achados ilustram como as relações sociais do cuidado a saúde, ao invés de simplificar para a paciente ou retardar o processo, podem se constituir em barreiras ao diagnóstico em tempo adequado. Nós ilustramos como os diferentes contextos sociais e materiais oferecem oportunidades e barreiras para o acesso às mulheres.
Pesquisa qualitativa; Neoplasias mamárias; Saúde da mulher